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ELEIÇÕES 2008 / PELO PAÍS
Taxa de reeleição em 2008 é a mais elevada da história
Com 67%, o atual índice supera os números de 2000 e 2004, ambos perto de 58%
Os políticos já reeleitos são 40% do total dos candidatos
a prefeito; o aumento
do índice coincide com cofres
municipais mais cheios
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois terços dos prefeitos que
eram candidatos à reeleição tiveram sucesso no primeiro turno dos pleitos municipais do
país. A taxa de recondução de
67% deste ano foi superior aos
índices de 2000 e 2004, que ficaram na faixa de 58%. A emenda da reeleição é de 1997.
Dos 3.357 candidatos a um
novo mandato, 2.245 prefeitos
permanecerão no cargo, segundo dados coletados pela CMN
(Confederação Nacional de
Municípios). O levantamento
foi realizado a partir da análise
das eleições de 5.558 cidades
onde houve definição dos vencedores já no primeiro turno.
As maiores taxas foram verificadas em Ceará (75%), Paraíba (74,3%) e Acre (73,3%). As
menores, em Mato Grosso
(49,4%) e Amazonas (51,6%).
Em São Paulo e Minas Gerais, que possuem o maior número de municípios, os índices
de recondução foram de 72,4%
e de 68,6%, respectivamente.
Dos 392 prefeitos de cidades
paulistas candidatos à reeleição, 284 venceram a disputa.
Do total de prefeitos do país,
60% concorreu à reeleição no
último domingo. Como dois
terços destes candidatos foram
bem sucedidos, 40% das cidades brasileiras não terão alteração no Executivo em 2009.
O partido que mais reelegeu
prefeitos foi o PMDB, que obteve um índice de sucesso de
23,4%. No segundo posto do
ranking da recondução está o
PSDB, com um percentual de
14,39%. Na seqüência estão PP
(9,62%), PT (9,27%), PTB
(8,46%) e DEM (8,33%).
altos
A elevação do percentual de
prefeitos reeleitos coincide
com um período em que os cofres municipais estão mais gordos. Em 2008, o valor total dos
orçamentos dos municípios
brasileiros deverá crescer 13%
em relação ao ano passado.
Paulo Ziulkoski, presidente
da CNM, diz que, em 2007, a
soma dos orçamentos municipais atingiu R$ 190 bilhões e
em 2008 deve chegar a R$ 215
bilhões. Os cofres das gestões
incharam principalmente em
virtude do aumento da arrecadação do ISS (Imposto sobre
Serviços) nos últimos anos.
Até o início da crise no sistema financeiro internacional, a
previsão para 2009 era de que
o total dos recursos orçamentários da cidades brasileiras
iria superar o valor de R$ 240
bilhões, afirmou Ziulkoski.
Porém, o abalo na economia
global pode comprometer as
arrecadações das administrações brasileiras. "Os prefeitos
que vão assumir em 2009 estão
preocupados. As despesas dos
municípios, como as de pessoal, por exemplo estão consolidadas. Os recursos para investimentos [em infra-estrutura]
podem sumir. Se a crise se
agravar, os prefeitos só poderão fazer o básico do básico",
disse o presidente da entidade.
Para o presidente da CNM, o
incremento no número de prefeitos reeleitos não tem ligação
direta com a elevação de gastos
orçamentários. Para ele "o aumento de arrecadação sempre
vem acompanhado de despesas. As reeleições têm ocorrido
porque os prefeitos têm feito
boas gestões pelo Brasil".
Todos os resultados das
eleições para prefeito
www.folha.com.br/082834
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