São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2001

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PAINEL

Tática de guerrilha
A cúpula do PMDB vai reduzir o colégio eleitoral do partido nas prévias para a Presidência. Acha que é o único modo de derrotar Itamar Franco. Os governistas, que lançarão o nome de Michel Temer, pretendem fixar o número de eleitores em 20 mil.

Democracia interna
Itamar diz que o colégio eleitoral deve ter 200 mil peemedebistas, com base, segundo ele, em um documento enviado pela direção do partido em outubro. "Qualquer tentativa de enxugamento será um sintoma grave de golpismo", diz Saraiva Felipe, presidente do PMDB-MG.

Silêncio intrigante
O PSDB optou por não atacar a oposição nos comerciais de TV que irão ao ar hoje. Descartou até mesmo uma mensagem já gravada por Paulo Renato na qual o ministro da Educação dizia que "os outros sabem falar, mas não sabem fazer".

Barba e cabelo
Aécio Neves, que contratou uma equipe de TV italiana com dinheiro público para acompanhá-lo na missão oficial ao país, decidiu emendar o feriadão na Europa. Com agenda livre.

Boca fechada
João Santana recusou sondagens de presidenciáveis após romper sua sociedade com o marqueteiro Duda Mendonça. Declarou-se em "quarentena". Disse que, por conhecer segredos da estratégia de Lula, seria antiético trabalhar numa outra campanha para presidente.

Sinuca de bico
O presidente da Funasa, Mauro Costa, recebeu um ultimato: ou rescinde o contrato de locação de um prédio de Luiz Estevão ou será processado.

Grave dilema
As empresas do Grupo OK (de Estevão) não poderiam ser contratadas pelo governo por serem devedoras do INSS. "Ou Costa (Funasa) foi enganado e está de boa-fé ou é cúmplice de Estevão", diz o procurador da República Luiz Francisco de Souza.

Jogo de um
Zeca do PT (MS) não teve muito apoio de sua bancada federal na apresentação das emendas ao Orçamento da União de 2002. O governador ficará com R$ 72 milhões de um total previsto de R$ 409 milhões.

Problema em casa
Ricardo Murad, cunhado de Roseana, pontuou em Brasília, na reunião dos candidatos majoritários do PSB, dados que podem ser usados por Garotinho contra a governadora. Segundo ele, a renda per capita e o índice de mortalidade infantil do MA estão entre os três piores do país.

Olha a máquina
Murad, que quer lançar-se ao governo do MA, disse aos correligionários do PSB: "Não podemos facilitar com Roseana. A sua candidatura é fraca em termos de conceituação, mas ela tem os meios do governo".

Pra frente, Brasil
Roseana deve assistir na quarta à partida decisiva da seleção brasileira de futebol. Ontem ela passou o dia no MA pedindo, em entrevistas nas rádios, a Felipão que convocasse Romário.

Feito morto
Suplente de Jader, Fernando Ribeiro tem evitado abrir a boca no Senado. Ainda não fez nenhum discurso desde que assumiu o cargo. Discreto, torce para que os colegas se esqueçam de investigá-lo no caso Sudam.

Abrir a caixa
Procuradoras federais aproveitaram o depoimento de Raymundo d"Elia, diretor de obras do rodoanel, para cobrar documentos até então mantidos em sigilo pelo governo. A Dersa começou a entregar os papéis, mas pediu prazo maior, já aceito.

Visita à Folha
Uwe Kaestner, embaixador da Alemanha no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ruth E. Surkau, consulesa alemã em São Paulo para Assuntos de Imprensa.

TIROTEIO

Do ex-senador ACM, sobre o fato de George Bush ter cancelado entrevista ao lado de FHC:
- FHC teve muito êxito na Europa. Mas não se deve tentar repetir um êxito, como ele quis fazer nos EUA. Sempre dá errado. O problema é que o ego do presidente é insaciável.

CONTRAPONTO
Politicamente incorreto

O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), veio a São Paulo anteontem para participar de um programa de entrevistas na TV.
No meio da atração, transmitida ao vivo, o presidenciável foi surpreendido com uma pergunta sobre o homossexualismo.
- Uma coisa é o homossexualismo, outra coisa é o homossexual. Uma coisa é o pecador, outra é o pecado - disse o governador.
Vendo que a declaração poderia repercutir negativamente, Garotinho apressou-se em explicar que não era preconceituoso. Prova disso é que teria "vários amigos" homossexuais.
Na saída da emissora de TV, Garotinho encontrou-se com a sua equipe de apoio, que viera do Rio para acompanhá-lo. Logo frisou, com um sorriso:
- Vocês perceberam que eu disse que tinha amigos homossexuais, não auxiliares...


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