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Assessor direto de Amorim será o novo embaixador nos EUA
É o primeiro posto como embaixador de Antônio Patriota, que deve assumir o cargo em janeiro, após a posse de Lula
Embaixador possui um bom entendimento com Nicholas Burns, do Departamento de Estado, e tem experiência em questões econômicas
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Antônio Patriota, subsecretário-geral político do Itamaraty, será o próximo embaixador do Brasil em Washington.
O "agrément" (pedido do governo brasileiro) com seu nome já foi enviado ao Departamento de Estado dos Estados
Unidos, que precisa apenas
aprovar a indicação para que
Brasília faça o anúncio oficial.
A espera é formal. A Folha
apurou que os meios diplomáticos norte-americanos vêem a
indicação com bons olhos.
Nem o Ministério das Relações
Exteriores brasileiro nem a
Embaixada do Brasil em Washington ou o Departamento de
Estado norte-americano fizeram qualquer anúncio oficial
até agora. Patriota, 52, substitui Roberto Abdenur, 64, atual
embaixador, que deve seguir
carreira na iniciativa privada.
A troca deve ocorrer em janeiro, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A indicação foi recebida com
surpresa, pois o posto em geral
é ocupado por diplomatas veteranos, ainda que Amorim já tenha indicado anteriormente o
embaixador Mauro Vieira para
Buenos Aires. O fato de os dois
postos bilaterais mais importantes contarem agora com
embaixadores jovens indica a
chegada ao poder de uma nova
geração de diplomatas.
Vários fatores pesaram na
escolha. Primeiro colocado em
sua turma do Rio Branco, tem
ligação estreita com Celso
Amorim desde pelo menos os
anos 90. Foi chefe do setor político na Missão do Brasil junto
à ONU, na época em que o
chanceler era o titular.
De lá, acompanhou-o a Genebra, onde adquiriria a experiência multilateral econômica
que também pesou na sua escolha, uma vez que o novo embaixador terá de dar prosseguimento ao trabalho que Abdenur vem fazendo no fortalecimento das relações bilaterais
Brasil-EUA. Os dois países discutem a Rodada Doha e a manutenção do Brasil no Sistema
Geral de Preferências (SGP).
Outro foi o fato de Patriota
ter ótimas relações com Nicholas Burns, hoje o número dois
de fato do Departamento de
Estado, e de ter tido bom entendimento com John Danilovich, da época em que este foi
embaixador em Brasília.
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