São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009

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Serra aprova corte de CO2, mas só após 2011

Lei estadual define redução de 20% nas emissões em comparação com 2005; tucano admite que pode viajar a Copenhague

Governador afirmou que a proposta do governo Lula -de redução de 40% sobre a tendência de emissão de CO2- não é ambiciosa


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Num momento em que a Esplanada dos Ministérios se divide sobre que propostas levar à Conferência de Copenhague, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cobrou ousadia do governo Lula na fixação de metas de redução de gás carbônico no país. Embora as metas só devam vigorar a partir de 2011, Serra sancionou ontem -um mês antes da reunião- a lei que define para 2020 um corte de 20% da emissão de CO2 em comparação a 2005.
Admitindo a hipótese de viajar a Copenhague, Serra afirmou que a proposta do governo federal -de redução de 40% sobre a tendência de emissão de CO2- não é ambiciosa.
"Não vou ficar torcendo para que o governo federal fixe meta pouco ambiciosa para depois criticar. Prefiro torcer para que adote metas ousadas", disse.
Em discurso, Serra criticou os que resistem às metas sob o argumento de que inviabilizam a economia: "Já vi autoridades dizendo que as metas ambiciosas diminuiriam o crescimento. O que diminui o crescimento é a política do Banco Central de juros e câmbio, e não a pobre da política ambiental".
No Estado, a fixação de metas setoriais dependerá da conclusão de um inventário de emissão, hoje a cargo da Secretaria do Meio Ambiente. Segundo o governo, o levantamento será concluído no primeiro semestre do ano que vem. As metas de redução, no segundo semestre.
Serra reuniu ontem prefeitos e homenageou filiados do Partido Verde. Apesar da coincidência com a data da conferência, rechaçou inspiração política: "Isso não tem nada a ver com questão eleitoral".
Potencial candidato à Presidência, Serra fez questão de afirmar que a meta de 20% -o que representaria um corte de 24 milhões de toneladas em comparação a 2005- é mais audaciosa do que a estudada pelo governo federal. O Estado de São Paulo fixa corte de 20% sobre o volume de emissão em 2005. Já o governo federal trabalha com redução de 40% sobre tendência de aumento.
Segundo ele, a meta sobre a tendência "pode proporcionar no visual percentuais maiores, mas, na prática, contemplar o próprio crescimento de emissões de CO2".
Antes do discurso de Serra, o secretário de Meio Ambiente, Xico Graziano, disse que "falta coragem ao governo Lula". Pré-candidato ao governo, o secretário estadual Geraldo Alckmin não participou da solenidade. Segundo tucanos, sua equipe era contrária à meta. Por meio de assessoria, Alckmin disse que a lei permite um novo modelo de desenvolvimento.


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