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Serra aprova corte de CO2, mas só após 2011
Lei estadual define redução de 20% nas emissões em comparação com 2005; tucano admite que pode viajar a Copenhague
Governador afirmou que
a proposta do governo Lula -de redução de 40% sobre
a tendência de emissão de CO2- não é ambiciosa
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Num momento em que a Esplanada dos Ministérios se divide sobre que propostas levar
à Conferência de Copenhague,
o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cobrou ousadia do governo Lula na fixação
de metas de redução de gás carbônico no país. Embora as metas só devam vigorar a partir de
2011, Serra sancionou ontem
-um mês antes da reunião- a
lei que define para 2020 um
corte de 20% da emissão de CO2
em comparação a 2005.
Admitindo a hipótese de viajar a Copenhague, Serra afirmou que a proposta do governo
federal -de redução de 40%
sobre a tendência de emissão
de CO2- não é ambiciosa.
"Não vou ficar torcendo para
que o governo federal fixe meta
pouco ambiciosa para depois
criticar. Prefiro torcer para que
adote metas ousadas", disse.
Em discurso, Serra criticou
os que resistem às metas sob o
argumento de que inviabilizam
a economia: "Já vi autoridades
dizendo que as metas ambiciosas diminuiriam o crescimento. O que diminui o crescimento é a política do Banco Central
de juros e câmbio, e não a pobre da política ambiental".
No Estado, a fixação de metas setoriais dependerá da conclusão de um inventário de
emissão, hoje a cargo da Secretaria do Meio Ambiente. Segundo o governo, o levantamento será concluído no primeiro semestre do ano que
vem. As metas de redução, no
segundo semestre.
Serra reuniu ontem prefeitos
e homenageou filiados do Partido Verde. Apesar da coincidência com a data da conferência, rechaçou inspiração política: "Isso não tem nada a ver
com questão eleitoral".
Potencial candidato à Presidência, Serra fez questão de
afirmar que a meta de 20% -o
que representaria um corte de
24 milhões de toneladas em
comparação a 2005- é mais
audaciosa do que a estudada
pelo governo federal. O Estado
de São Paulo fixa corte de 20%
sobre o volume de emissão em
2005. Já o governo federal trabalha com redução de 40% sobre tendência de aumento.
Segundo ele, a meta sobre a
tendência "pode proporcionar
no visual percentuais maiores,
mas, na prática, contemplar o
próprio crescimento de emissões de CO2".
Antes do discurso de Serra, o
secretário de Meio Ambiente,
Xico Graziano, disse que "falta
coragem ao governo Lula". Pré-candidato ao governo, o secretário estadual Geraldo Alckmin
não participou da solenidade.
Segundo tucanos, sua equipe
era contrária à meta. Por meio
de assessoria, Alckmin disse
que a lei permite um novo modelo de desenvolvimento.
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