São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 2003

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PAINEL

Teoria e prática
Ao defender o fim da multa do FGTS para demissões sem justa causa, Jaques Wagner (Trabalho) demonstrou desconhecer o programa de governo de Lula. O texto sobre emprego promete (página 25) ampliar a multa às empresas com rotatividade 20% superior à média do setor.

Discurso sem seguro
Lula também defendeu na campanha a ampliação do seguro-desemprego (de cinco meses para até um ano nas regiões com taxas de desemprego 40% superiores à média). Wagner disse ser contra a proposta: "Prefiro gastar dinheiro em políticas positivas de geração de emprego".

Mal na sabatina
Antonio Palocci Filho (Fazenda) não aprovou nenhum dos dois nomes entrevistados por ele para ocupar a presidência do Banco do Brasil: Edson Monteiro e Antônio Lima Neto. O ministro procura outra alternativa.

Divisão emocional
Comentário irônico que tem sido frequente em rodas petistas: "Você é do grupo que chora ou dos que fazem chorar?".

Problemas de excursão
Waldir Pires (corregedor-geral da União) perdeu o ônibus que levou a "caravana da fome" do hotel em Teresina para o aeroporto, ontem. O ministro teve de pegar um táxi para alcançar Lula e seu grupo de ministros.

Entre estranhos
Pergunta de dirigentes petistas ouvida no Piauí: "Foi o ministério de Lula que conheceu a pobreza ou foi a pobreza que conheceu o ministério?".

Outro lado
Paulo Souto (PFL) diz que não há possibilidade de eclodir uma greve na PM da Bahia, risco que foi detectado pelo Planalto. Segundo o governador, todos os salários estão em dia. A Associação Nacional dos PMs, no entanto, também diz que há insatisfação na tropa baiana.

Planalto em campo
José Dirceu (Casa Civil) começou a procurar os senadores pró-Renan Calheiros na bancada do PMDB para tentar convencê-los a apoiar José Sarney na disputa pela presidência do Senado. Marcou para a próxima semana uma conversa com Alberto Silva (PMDB-PI).

Longe demais
Ronaldo Lessa (PSB) tentou por duas vezes marcar audiência com Lula. Diz não ter tido sequer resposta do presidente. Ontem fez críticas ao petista, em discurso em Maceió (AL).

Grita regional
Lessa, na fala de ontem, criticou a exclusão de AL da "caravana da fome" e disse que Lula não poderá cometer o mesmo erro de "concentrar" recursos para o desenvolvimento do NE apenas na BA, CE e PE. Também cobrou indicações para estatais.

Greve no poder
Funcionários da empresa Planer, que presta serviços para a Câmara, pararam de trabalhar na quinta. Motivo: a empresa recebeu R$ 500 mil da Câmara, mas não pagou os empregados.

Ajuda de emergência
A Planer fechou no início de dezembro sem pagar os salários de novembro e dezembro e o 13º de 461 funcionários. A Câmara diz não ter responsabilidade legal pelos funcionários, mas estuda maneira de ressarci-los.

Sono cem
José Graziano (Combate à Fome) e Manoel dos Santos (Contag) cochilaram durante os discursos de posse da nova direção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, anteontem.

Visita à Folha
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), candidato à presidência da Câmara, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Luis Costa Pinto, assessor de comunicação.

TIROTEIO

De Rodolfo Fonseca dos Santos, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Previdência Social, sobre o empresário auditor Antoninho Marmo Trevisan sugerir a Lula uma auditoria externa no ministério:
- Se for para fazer o mesmo trabalho que já é feito pelo TCU, Congresso e auditoria própria do INSS, é dinheiro jogado fora.

CONTRAPONTO

Alimento para o ego

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, esteve na semana passada no Palácio do Planalto, onde se encontrou com Lula e José Dirceu (Casa Civil).
Enquanto esperava Lula, Valdemar contou que havia oito anos que não ia ao Planalto, desde a gestão Itamar Franco.
No governo de FHC, o deputado disse não ter pisado no Planalto, pois brigou com o presidente. Esteve apenas uma vez no Palácio da Alvorada, ao lado de deputados do PL.
Saudoso, Valdemar afirmou que gostava muito daquele local:
- Vocês sabem que no governo Itamar Franco eu vinha no Palácio do Planalto quase todo dia. E adorava!
O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), que ouvia a conversa, interrompeu o discurso para concordar com Valdemar:
- Eu entendo você. Estou vindo aqui só há dois dias e também já estou adorando!


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