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UNIÃO X ESTADOS
Governo federal bloqueia R$ 18 milhões do ES
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Dos R$ 38 milhões que seriam
repassados ao Espírito Santo referentes à estadualização de rodovias federais, R$ 18 milhões serão
retidos pelo governo federal. Essa
quantia refere-se a uma parcela
da dívida com a União que venceu no dia 30 de dezembro e não
foi paga pelo Estado.
A informação foi confirmada
pelo secretário estadual da Fazenda, José Teófilo, que crê que os
outros R$ 20 milhões sejam repassados até o final da próxima
semana. Na terça, o governador
Paulo Hartung (PSB) pediu a Luiz
Inácio Lula da Silva R$ 280 milhões para pagar o funcionalismo.
Hartung diz que o ex-governador José Ignácio Ferreira (sem
partido) deixou R$ 1,2 bilhão em
restos a pagar sem deixar dinheiro em caixa, o que contraria a Lei
de Responsabilidade Fiscal. José
Ignácio não falou sobre o assunto.
A liberação dos recursos vai ser
discutida com o ministro Antonio
Palocci Filho (Fazenda) na quarta. Além do atraso com o funcionalismo e da retenção dos R$ 20
milhões, o ES já tinha R$ 61,4 milhões retidos pelo não-pagamento de parcelas da dívida da União
que venceram no final de 2002.
O pagamento em dia do funcionalismo foi uma das promessas
de campanha de Hartung. Os servidores não receberam os salários
de novembro e dezembro nem
três parcelas referentes a 1998. No
ES, o 13º é pago no mês de aniversário do servidor. Os que fizeram
aniversário nos dois últimos meses do ano não receberam o 13º.
O secretário da Fazenda disse
que ainda não há cronograma de
pagamento dos servidores. Questionado sobre a possibilidade dos
recursos federais não serem repassados, Teófilo disse que o governo do Estado vai aguardar a
reunião com Palocci para tomar
uma decisão a respeito.
A trégua dos servidores ao governo Hartung deve ir até quarta-feira. Se os recursos federais não
forem liberados, o presidente do
Sindipúblicos, Haylson de Oliveira, já adiantou que não serão aceitos parcelamento nem protelação
do pagamento dos atrasados.
Rio de Janeiro
A Advocacia Geral da União pediu ao ministro Ilmar Galvão, do
Supremo, que declare extinta,
sem julgamento de mérito, a ação
em que o Rio pleiteia o desbloqueio de R$ 85,8 milhões retidos
pelo Banco do Brasil para compensar o não-pagamento de duas
parcelas da dívida com a União.
Galvão acolheu em caráter liminar o pedido do governo do Rio e
agora aguarda informações do
Estado para julgar recurso apresentado pela União. O advogado-geral da União, Alvaro Augusto
Ribeiro Costa, sustenta em nota
técnica juntada ao processo que o
Estado do Rio somente obteve benefícios ao refinanciar sua dívida.
Segundo ele, na ação principal,
o governo do Rio pretende anular
as cláusulas do contrato de renegociação da dívida do Estado relativas às garantias de retenção de
créditos. "Não há a possibilidade
de declarar a anulação de cláusulas dos contratos sem determinar
a anulação por inteiro do teor dos
pactos." Como não foi solicitada a
anulação do contrato por inteiro,
a AGU pede que seja declarada a
extinção da ação por "falta de interesse de agir" do Estado.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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