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Presidente busca prestigiar Palocci
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez questão de demonstrar
que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, está prestigiado.
Palocci tem sido duramente criticado pelos radicais do PT. Dizendo-se "otimista" em relação aos
40 dias de governo, Lula pediu aos
ministros que não tenham pressa
para anunciar projetos.
Em outro momento importante
da segunda reunião ministerial do
governo Lula, Palocci disse que a
eventual guerra dos EUA contra o
Iraque poderá ser a maior dificuldade econômica a ser enfrentada
pelo governo neste ano.
De acordo com o ministro, se a
guerra for rápida, menos de um
mês, o Brasil absorverá bem os
impactos negativos. Se o conflito
for maior do que 30 dias, a economia brasileira será seriamente
abalada, previu Palocci.
Ao se referir à atuação de Palocci, Lula disse que estava "cada vez
mais satisfeito com a sua escolha"
para o Ministério da Fazenda. O
presidente, segundo a Folha apurou, quis deixar claro que o rigor
fiscal e monetário de Palocci tem
o seu endosso.
O objetivo de Lula, ao elogiar
Palocci, foi reforçar o recado para
o mercado de que o PT não fará
uma ruptura abrupta na economia, apesar da avaliação interna
da cúpula do governo de que, em
algum momento, a ortodoxia
econômica precisará de um tempero social.
Lula disse que as medidas anunciadas ontem já demonstrariam
que o governo do PT é diferente. O presidente não citou diretamente o antecessor, Fernando
Henrique Cardoso, mas buscou
mostrar que sua gestão não será
mero continuísmo da era tucana.
Segundo Lula, o corte de gastos
é necessário para acalmar a economia e, numa tentativa de animar a equipe, bem ao seu estilo
emocional, afirmou que a população o elegeu porque sabia que o
país enfrentava dificuldades.
"Se fosse fácil, nós não teríamos
vencido. Vencemos porque há dificuldades, mas o Brasil é maior
do que elas", afirmou o presidente, de acordo com o relato de um
ministro.
Ao dizer que os ministros não
deveriam ter pressa para anunciar
medidas e projetos, Lula disse,
sempre segundo o relato de participantes da reunião: "O povo não
espera milagre da gente em 40
dias. Não tenham pressa. Não
anunciem intenção de fazer,
anunciem o que vão fazer".
Ao encerrar a reunião, Lula disse que se sentia "orgulhoso" cada
vez que olhava para o que haviam
feito em 40 dias de governo.
Um ministro descreveu assim a
reunião de ontem: "Chegamos todos meio cabisbaixos, com essas
cobranças de começo de governo,
e saímos todos animados. O presidente deu estímulo a todos".
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