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AGENDA TUCANA
Governadores oferecem apoio no Congresso para mudanças tributária e previdenciária, mas exigem compensação
PSDB cobra clareza em reformas de Lula
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Os oito governadores do PSDB
cobraram ontem do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva propostas claras para as reformas da Previdência e tributária e, em troca
de apoio ao governo, pediram a
inclusão de novos tópicos à agenda petista para 2003.
Os tucanos se comprometeram
a apoiar, com suas bancadas no
Congresso, as reformas, mas querem o estabelecimento de tetos
salariais para o funcionalismo estadual, a ampliação da reforma
tributária, o fim do que chamaram de "privilégios intoleráveis"
no sistema previdenciário e a inclusão de novos setores econômicos no Regime Tributário da Microempresa, o Simples.
As reivindicações serão entregues a Lula na reunião do presidente com os 27 governadores do
país, ainda neste mês.
Após encontro em São Paulo, o
grupo solicitou o empenho do governo na conclusão da reforma
administrativa, iniciada pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e que, segundo os tucanos, não chegou ao final porque
foi obstruída pelo PT.
Em nota, Geraldo Alckmin (SP),
Aécio Neves (MG), Lúcio Alcântara (CE), Marconi Perillo (GO),
Marcelo Miranda (TO), Cássio
Cunha Lima (PB), Simão Jatene
(PA) e Ivo Cassol (RO) defenderam um teto para os servidores.
"A reforma administrativa não
foi concluída. É preciso atentar
para a importância do teto salarial
e dos subtetos nos Estados, fundamentais para atingir o equilíbrio das finanças públicas", diz
um dos pontos da nota.
Os governadores afirmaram
que somente a criação dos subtetos, por meio de emenda constitucional feita pelo Congresso, daria
autonomia para cada Estado definir seu limite de gastos com o funcionalismo e saírem da crise.
Segundo o secretário da Casa
Civil de São Paulo, Arnaldo Madeira, que foi líder do governo
FHC na Câmara e acompanhou a
reunião de ontem, a adoção do
subteto não chegou a ser definida
na reforma conduzida ainda no
primeiro mandato do ex-presidente porque o PT foi contra.
A reunião, no Palácio dos Bandeirantes, durou quase quatro horas. Alckmin, porta-voz do grupo,
afirmou que o encontro não tratou de detalhes das reformas porque os governadores querem ouvir as propostas do governo.
Para o governador paulista, a
criação do teto salarial para os servidores é fundamental no ajuste
fiscal. Na reforma da Previdência,
o PSDB vai encaminhar a Lula
uma proposta para que a reforma
minimize os custos de transição
para os Estados.
"Acolhemos favoravelmente as
declarações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
favor das reformas historicamente defendidas pelo PSDB. Aguardamos com espírito de colaboração suas iniciativas", diz a nota.
Aécio afirmou que o PSDB está
disposto a colaborar. "A responsabilidade neste instante da apresentação das propostas é do governo. Mas, diferente da forma
que o PT agiu em um passado não
muito remoto, nós não consideramos que exista vício de origem
na proposta vinda do governo. Se
ela for adequada, não terá oposição do PSDB", disse.
No caso da Previdência, a nota
diz que as mudanças devem assumir um modelo "auto-sustentável, baseado no equilíbrio atuarial
e voltado para um sistema de justiça social". Quanto à tributária, o
grupo criticou a idéia levantada
pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de neste ano tratar
apenas da questão do ICMS.
Moção de apoio
Os governadores também assinaram uma moção de apoio a
Cassol, que nesta semana irá encaminhar ao Ministério da Justiça
e ao Ministério Público Federal
um pedido de ajuda para investigação de supostas irregularidades
no Legislativo do Estado.
"Queremos fazer em Rondônia
uma varredura em todos os sentidos", disse o governador, que
chegou até a admitir a intervenção federal no Estado.
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