São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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NO AR

Sem coração

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

A inda se questiona, sobre Paulo Maluf, se ele vai ou não se candidatar a prefeito de São Paulo.
O novo comercial em que o ex-prefeito recebe "uma homenagem do Partido Progressista", que está no ar, não deixa muitas dúvidas.
"Populares" que mais parecem coadjuvantes de "pegadinha" surgem dizendo, ininterruptamente:
- São Paulo tem a cara do Maluf... Foi o melhor prefeito que São Paulo já teve... A gente trabalha na rua e vê as obras que ele faz... O que mais fez por São Paulo foi Maluf.
E tome imagens de Cingapura, do túnel Ayrton Senna, do próprio ex-prefeito. E mais "populares":
- Maluf tá no coração... É Maluf no coração... Maluf tá no coração.
Por fim, o slogan:
- Maluf e São Paulo, um só coração.
Os novelistas Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, da mininovela "Um Só Coração", soltaram e-mail afirmando que não aceitam o uso do título "de forma melíflua pelo senhor Paulo Maluf".
É só um dos problemas do comercial. Com Duda Mendonça, o marketing malufista certamente não arriscaria um questionamento da Globo -que já notificou o PP.
Mas acima de tudo não soaria tão primário, quase amador.
 
George W. Bush está em seu pior momento.
Bill O'Reilly, âncora que simboliza a Fox News e o neoconservadorismo americano, cumpriu uma promessa feita no ano passado.
Na cobertura da guerra, ele disse que se desculparia na ABC, rede liberal, caso não se encontrassem armas de destruição em massa no Iraque.
Ontem, ele dizia à ABC:
- Eu estava errado. Não estou satisfeito com isso de jeito nenhum e creio que todos os americanos deviam estar preocupados com isso.
Disse estar "muito mais cético em relação à administração Bush" e previu para este ano uma eleição disputada.
 
Na Igreja Católica, agora até a CNBB, de causas respeitáveis no passado, sai a campo contra a camisinha.
Segundo a rádio Bandeirantes, os bispos brasileiros estão "acusando o governo de incentivar a infidelidade". Para alguns, é a CNBB que está a incentivar a Aids.
Não importa, o Ministério de Saúde é laico e anunciou afinal "a compra, numa concorrência internacional, de 400 milhões de preservativos".


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