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NO AR
Sem coração
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
A inda se questiona, sobre
Paulo Maluf, se ele vai ou
não se candidatar a prefeito de
São Paulo.
O novo comercial em que o ex-prefeito recebe "uma homenagem do Partido Progressista",
que está no ar, não deixa muitas
dúvidas.
"Populares" que mais parecem coadjuvantes de "pegadinha" surgem dizendo, ininterruptamente:
- São Paulo tem a cara do
Maluf... Foi o melhor prefeito
que São Paulo já teve... A gente
trabalha na rua e vê as obras
que ele faz... O que mais fez por
São Paulo foi Maluf.
E tome imagens de Cingapura, do túnel Ayrton Senna, do
próprio ex-prefeito. E mais "populares":
- Maluf tá no coração... É
Maluf no coração... Maluf tá no
coração.
Por fim, o slogan:
- Maluf e São Paulo, um só
coração.
Os novelistas Maria Adelaide
Amaral e Alcides Nogueira, da
mininovela "Um Só Coração",
soltaram e-mail afirmando que
não aceitam o uso do título "de
forma melíflua pelo senhor Paulo Maluf".
É só um dos problemas do comercial. Com Duda Mendonça,
o marketing malufista certamente não arriscaria um questionamento da Globo -que já
notificou o PP.
Mas acima de tudo não soaria
tão primário, quase amador.
George W. Bush está em seu
pior momento.
Bill O'Reilly, âncora que simboliza a Fox News e o neoconservadorismo americano, cumpriu uma promessa feita no ano
passado.
Na cobertura da guerra, ele
disse que se desculparia na ABC,
rede liberal, caso não se encontrassem armas de destruição em
massa no Iraque.
Ontem, ele dizia à ABC:
- Eu estava errado. Não estou satisfeito com isso de jeito
nenhum e creio que todos os
americanos deviam estar preocupados com isso.
Disse estar "muito mais cético
em relação à administração
Bush" e previu para este ano
uma eleição disputada.
Na Igreja Católica, agora até a
CNBB, de causas respeitáveis no
passado, sai a campo contra a
camisinha.
Segundo a rádio Bandeirantes, os bispos brasileiros estão
"acusando o governo de incentivar a infidelidade". Para alguns, é a CNBB que está a incentivar a Aids.
Não importa, o Ministério de
Saúde é laico e anunciou afinal
"a compra, numa concorrência
internacional, de 400 milhões de
preservativos".
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