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CASO SANTO ANDRÉ
John cita 3 carros
Preso depõe e contradiz versão dada pela polícia
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em interrogatório judicial, um
dos presos acusados pelo assassinato do prefeito Celso Daniel
(PT) disse que três carros participaram do seqüestro (a polícia diz
dois) e que o empresário Sérgio
Gomes da Silva, acusado de ser o
mandante do crime, parou o carro sozinho, quando a quadrilha já
pensava em fugir.
O preso Elcyd Oliveira Brito, o
John, foi ouvido ontem no Fórum
de Avaré (SP). A referência a um
terceiro carro coincide com narrativa de uma pessoa que diz ter
testemunhado o momento em
que a Pajero de Daniel foi bloqueada, em 18 de janeiro de 2002.
O depoimento, porém, entra
em conflito com a conclusão da
Polícia Civil de que o crime foi comum. Para a polícia, seis homens
da favela Pantanal, divididos em
dois carros, tentaram seqüestrar
um empresário de uma Dakota. A
vítima fugiu. Viram, então, o carro de Daniel e resolveram abordá-lo -versão apoiada pelo PT.
John afirmou não ter visto nenhuma Dakota naquela noite.
Disse ainda que os três carros estavam parados em uma esquina
quando receberam a ordem de
um dos criminosos para seguir a
Pajero em que estava Daniel.
Para a Promotoria, o seqüestro
foi encomendado por Gomes da
Silva. O prefeito teria sido morto
ao tentar deter um esquema de
cobrança de propina na Prefeitura de Santo André, do qual Gomes
da Silva seria um dos beneficiários. O próprio PT, segundo testemunhas, recebeu parte desse dinheiro em campanhas eleitorais
-o partido nega.
John afirmou que, depois de
avistarem a Pajero em que estava
Daniel, os três carros iniciaram a
perseguição. Bateram nas laterais
da Pajero e atiraram. Gomes da
Silva parou o carro e deu marcha
ré. John disse que já pensava em
fugir quando olhou para o retrovisor e viu que a Pajero havia parado sozinha. Voltou então para
completar o seqüestro.
O preso afirmou que não conhecia Gomes da Silva.
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