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Lula planeja trocar 10 milhões de geladeiras
Governo anuncia programa para famílias de baixa renda com o objetivo de substituir eletrodomésticos para economizar energia
Ministro de Minas e Energia quer "bolsa geladeira" para este ano, mas ainda não definiu os critérios e o custo total para o governo federal
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou
ontem, no Rio, as principais linhas de um programa federal
para subsidiar a venda de geladeiras a famílias de baixa renda.
O objetivo é fazer com que as
residências tenham eletrodomésticos antigos trocados por
novos -o que resultaria em
maior eficiência energética.
Num ano eleitoral, a meta do
"bolsa geladeira" é ambiciosa:
trocar 10 milhões de unidades.
"A principal motivação é social, mas o aspecto da economia
de eletricidade também conta",
disse o ministro. Isso ocorre
porque as geladeiras antigas
"gastam" mais energia.
Para a economista Claude
Cohen, pesquisadora da Coppe/UFRJ, a idéia pode resultar
numa economia de pelo menos
4% no consumo total de eletricidade nas casas de baixa renda.
Cohen diz que há dois pontos
positivos no programa: resulta
em maior eficiência energética
e financia um eletrodoméstico
que os consumidores de baixa
renda encontram dificuldades
para adquirir: "Os refrigeradores representam 20% do consumo médio das residências
brasileiras. Na baixa renda, o
percentual sobe para 34%".
As pastas de Minas e Energia
e da Ação Social ainda estudam
qual será o critério utilizado para definir a faixa de renda dos
consumidores beneficiados pelo "bolsa geladeira". Também
não há estimativa do custo total
do programa. Já os prazos para
o início da operação foram definidos -e são apertados.
Segundo Lobão, as geladeiras
começarão a ser vendidas em
setembro. Mas, ao ser questionado se a data não provocará algum efeito nas eleições de outubro, ele afirmou que pode
adiar o lançamento.
A engenharia financeira e comercial que possibilitará a venda subsidiada de 10 milhões de
geladeiras está montada em
dois eixos: redução e isenção de
impostos na fase da produção e
linhas de financiamento da
Caixa na ponta do consumo.
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