São Paulo, domingo, 11 de abril de 1999

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PAINEL S/A

Não quer confusão

O PMDB vai dirigir a CPI dos Bancos para longe do Planalto. Pelo andar da carruagem, no máximo mira em Chico Lopes, que não se entendia com Malan (Fazenda) quando estava no Banco Central. E em um ou dois remanescentes na atual diretoria do BC. Fraga está fora do alvo.


Apoio geral...

Fechada a sucessão no PSDB: Teotonio Vilela (AL) acertou os apoios de FHC, Mário Covas e Tasso Jereissati, durante a semana, e fica mais um ano no comando tucano. Apenas Dante de Oliveira (MT) insiste no nome de Covas, que não quer.


...mas não irrestrito

José Serra (Saúde), que defende alguém de perfil mais agressivo na presidência do PSDB, também fechou com Teotonio Vilela. "Mas sem entusiasmo", fez questão de ressalvar, em conversa com o próprio Teo.


Mui amigos

Paulo Renato (Educação) e Serra (Saúde) são amigos de Martus Tavares, mas lamentaram que FHC o tenha convencido a ficar na Secretaria Executiva do Ministério de Orçamento e Gestão. Acham que Barjas Negri é mais sensível aos apelos por recursos da área social.



Corrida mineira

Aécio Neves faz o discurso da "agenda positiva" tucana nesta semana de olho em sua disputa particular com Pimenta da Veiga. O ministro sofreu uma baixa com o vazamento da ameaça de exclusão do PMDB do governo.


A conferir

De Jader Barbalho, sobre a suspeita de que a CPI dos Bancos acabará em pizza: dizia-se o mesmo da CPI dos Precatórios, que ele requereu e que acabou atingindo mortalmente dois governadores do PMDB (Paulo Afonso e Divaldo Suruagy).


Avenida paulista

Assim como a CPI dos Bancos tem alvo definido para começar (o socorro do BC aos bancos Marka e FonteCindam), a do Judiciário vai concentrar seus esforços iniciais em São Paulo.

Estratégia tucana 1

Vereadores e deputados do PSDB foram aconselhados por caciques do partido a centrar fogo em Paulo Maluf e a baixar a bola, nos bastidores, da proposta de impeachment do prefeito paulistano, Celso Pitta.
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Estratégia tucana 2

Para lideranças tucanas, destituir Pitta, que de qualquer jeito não teria muito fôlego político mesmo, seria devolver a prefeitura de SP para a aliança Maluf-PFL. E dar gás no Estado ao projeto de poder de ACM para 2002, que passa pelo pepebista.
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Lógica policial

A primeira providência do relator da CPI dos Bancos, João Alberto (MA), será pedir a relação dos investidores do Marka e do FonteCindam. Objetivo: descobrir a quem interessava o crime, se é que houve algum no socorro do BC aos bancos.


Contra o feiticeiro

O lobby dos juízes classistas contava até a semana passada com o apoio firme de 25 senadores. Apoio que virou fumaça depois que Osmar Dias (PSDB-PR) denunciou que lhe ofereceram dinheiro para entrar na turma.


Hora errada

A filha de um ministro do Supremo vai engrossar a lista do desemprego. Estava tudo certo para ela ir trabalhar no gabinete de um ministro amigo do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Não deu. Motivo: apareceu uma CPI no meio do caminho.


Fome federal

A Receita está vasculhando os autos da multa de R$ 191 mi que o fisco do Pará aplicou à Companhia Vale do Rio Doce por sonegação de ICMS. Para ver se sobra algum para o Leão.


Me engana que eu gosto

O ministro Sarney Filho (Meio Ambiente) telefonou para Jader Barbalho a fim de pedir desculpas por haver demitido um aliado seu da direção do Ibama no Pará: "Eu pensei que era um cara do Almir Gabriel". Jader só aceita a recondução do protegido.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do senador Carlos Wilson (PSDB-PE), aliado de ACM, sobre as denúncias de nepotismo no Senado:
- Há muitos senadores que ficam jogando para a platéia, mas têm parentes trabalhando em seus gabinetes e nos dos colegas. O melhor que o Senado tem a fazer é divulgar logo a lista de todos esses funcionários.

CONTRAPONTO

Olhômetro maranhense
A designação para o cargo de relator da CPI dos Bancos chamou a atenção sobre João Alberto (PMDB-MA), senador em primeiro mandato e ainda pouco conhecido no Senado.
Ate agora, o feito mais conhecido de João Alberto foi uma desastrada atuação na Comissão de Relações Exteriores do Senado, durante a discussão da indicação de Rubens Barbosa para a embaixada em Washington.
Presidindo a sessão, Carlos Wilson (PSDB-PE) designou João Alberto para ser o escrutinador da votação, que é feita por meio de bolas brancas (a favor) e pretas (contra).
Quando Wilson pediu o resultado, João Alberto declarou:
- 15 a 0 a favor.
Do fundo da sala, Lauro Campos (PT-DF) protestou. Havia votado contra. Houve um momento de constrangimento. Wilson cobrou de João Alberto, que se limitou a responder:
- Eu não contei. Mas eu ouvi o apoio...




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