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Laudo sobre armas deve sair hoje no PR
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O resultado do exame de balística que poderá revelar a arma cujo
tiro matou o agricultor Antônio
Tavares Pereira, durante conflito
entre a Polícia Militar e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
deve ser divulgado hoje.
Os peritos do IC (Instituto de
Criminalística) examinaram quatro armas portadas por soldados
da Polícia Militar no confronto,
ocorrido na terça-feira da semana
passada, em Campo Largo (região
metropolitana de Curitiba).
A comparação está sendo feita
com o miolo do projetil localizado
no corpo de Pereira e o fragmento
do revestimento da bala achada
no local do conflito pelo sem-terra Aparecido Alves de Souza.
Testemunhas
De acordo com testemunhas ligadas ao MST, que disseram ter
condições de reconhecer o autor
do disparo, o tiro que atingiu Pereira foi disparado a partir da camionete de número 4516, do 12º
Batalhão da PM.
O Instituto de Criminalística já
realizou perícia nas camionetes
da PM que estiveram no local, das
quais dez foram danificadas. A de
número 4516 teve a tampa do capô e a dianteira marcadas por golpes de foice.
Hoje, na Assembléia Legislativa,
a Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados ouvirá
depoimentos de sem-terra que
participaram do conflito.
Estava programada para a noite
de ontem, na catedral Basílica, na
capital paranaense, uma missa
em memória de Pereira.
Cerca de cem sem-terra, conforme representantes do MST, deveriam participar da missa, que deveria ser seguida de um ato de
protesto contra a violência.
Investigação
O presidente do IPM (Inquérito
Policial Militar), tenente-coronel
Elói Antônio dos Reis, reiterou
sua convicção de que o autor do
tiro fatal não tem consciência de
que matou o agricultor, porque
vários soldados atiraram.
O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil, por
meio do delegado de Homicídios,
Fauze Hussain, e do delegado de
Campo Largo, Antônio Dechiche.
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