São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Em encontro no Rio, tucano pede "votos, mobilização e suporte material" a cerca de 40 convidados

Serra quer empresários contra "factóides"

CHICO SANTOS
ANTÔNIO GOIS


DA SUCURSAL DO RIO

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, pediu ontem a um grupo de empresários do Rio que ajudem sua campanha com "voto, mobilização para neutralizar os factóides e suporte material".
Serra esteve reunido com cerca de 40 convidados em almoço na casa do empresário Olavo Monteiro de Carvalho, do grupo Monteiro Aranha, em Santa Teresa (região central do Rio de Janeiro).
Segundo um dos participantes do encontro, que pediu para não ser identificado, a mobilização pedida por Serra foi entendida pelos empresários como um esforço para neutralizar os efeitos de noticiário sobre supostas cobranças de propinas por parte de Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa de sua campanha ao Senado em 1994.
Os pedidos de Serra foram feitos quando um dos empresários perguntou o que o pré-candidato precisava deles. O tucano também fez, de acordo com as informações obtidas pela Folha, um apelo aos empresários para que eles dêem testemunhos contra as análises que vêm sendo feitas por vários bancos estrangeiros em relação ao Brasil.
Os bancos vêm recomendando a seus clientes que reduzam os investimentos no país por causa do crescimento do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas.
O pré-candidato do PSDB disse que o que os bancos vêm fazendo "é pura especulação" e "não têm justificativa concreta".
O encontro durou cerca de duas horas. Serra apresentou sua plataforma de governo e reafirmou o propósito de criar um Ministério do Comércio Exterior.

Desconhecido
De acordo com o deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), que participou do almoço, o encontro serviu, principalmente, para que Serra se tornasse mais conhecido pelos empresários do Rio. "Serra ainda é desconhecido no Rio. É conhecido apenas como homem público", disse Fortes.
O deputado disse ainda que, quando falou em "factóides", Serra se referia a reportagem em que a Folha revelou, ontem, que Ricardo Sérgio, quando diretor do Banco do Brasil, ajudou o empresário Gregorio Marin a obter do banco uma redução de dívida de pelo menos R$ 73,719 milhões.
Na época, Marin era sócio de Serra em um terreno no Morumbi (zona sul de São Paulo). "Não existe nada. Serra nunca fez nenhum negócio", disse Fortes.
Entre os presentes ao encontro estavam Eduardo Eugênio Gouvêia Vieira, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Kati Almeida Braga (do Banco Icatu), Artur Sendas (dono da rede de supermercados Sendas), Carlos Mariani (do Grupo Mariani), Eduardo Viana (presidente da Bradesco Seguros) e Daniel Klabin (Grupo Klabin), entre outros.
Também participou do encontro o deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (RJ), ex-secretário de Saúde do Rio.
Serra não falou com os jornalistas ao entrar nem ao sair da casa de Monteiro de Carvalho.



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