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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Em encontro no Rio, tucano pede "votos, mobilização e suporte material" a cerca de 40 convidados
Serra quer empresários contra "factóides"
CHICO SANTOS
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra,
pediu ontem a um grupo de empresários do Rio que ajudem sua
campanha com "voto, mobilização para neutralizar os factóides e
suporte material".
Serra esteve reunido com cerca
de 40 convidados em almoço na
casa do empresário Olavo Monteiro de Carvalho, do grupo Monteiro Aranha, em Santa Teresa
(região central do Rio de Janeiro).
Segundo um dos participantes
do encontro, que pediu para não
ser identificado, a mobilização
pedida por Serra foi entendida pelos empresários como um esforço
para neutralizar os efeitos de noticiário sobre supostas cobranças
de propinas por parte de Ricardo
Sérgio de Oliveira, caixa de sua
campanha ao Senado em 1994.
Os pedidos de Serra foram feitos quando um dos empresários
perguntou o que o pré-candidato
precisava deles. O tucano também fez, de acordo com as informações obtidas pela Folha, um
apelo aos empresários para que
eles dêem testemunhos contra as
análises que vêm sendo feitas por
vários bancos estrangeiros em relação ao Brasil.
Os bancos vêm recomendando
a seus clientes que reduzam os investimentos no país por causa do
crescimento do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas.
O pré-candidato do PSDB disse
que o que os bancos vêm fazendo
"é pura especulação" e "não têm
justificativa concreta".
O encontro durou cerca de duas
horas. Serra apresentou sua plataforma de governo e reafirmou o
propósito de criar um Ministério
do Comércio Exterior.
Desconhecido
De acordo com o deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ),
que participou do almoço, o encontro serviu, principalmente,
para que Serra se tornasse mais
conhecido pelos empresários do
Rio. "Serra ainda é desconhecido
no Rio. É conhecido apenas como
homem público", disse Fortes.
O deputado disse ainda que,
quando falou em "factóides", Serra se referia a reportagem em que
a Folha revelou, ontem, que Ricardo Sérgio, quando diretor do
Banco do Brasil, ajudou o empresário Gregorio Marin a obter do
banco uma redução de dívida de
pelo menos R$ 73,719 milhões.
Na época, Marin era sócio de
Serra em um terreno no Morumbi (zona sul de São Paulo). "Não
existe nada. Serra nunca fez nenhum negócio", disse Fortes.
Entre os presentes ao encontro
estavam Eduardo Eugênio Gouvêia Vieira, presidente da Firjan
(Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Kati Almeida Braga (do Banco Icatu),
Artur Sendas (dono da rede de supermercados Sendas), Carlos Mariani (do Grupo Mariani), Eduardo Viana (presidente da Bradesco
Seguros) e Daniel Klabin (Grupo
Klabin), entre outros.
Também participou do encontro o deputado federal Ronaldo
Cezar Coelho (RJ), ex-secretário
de Saúde do Rio.
Serra não falou com os jornalistas ao entrar nem ao sair da casa
de Monteiro de Carvalho.
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