São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fora do estádio, 15 mil assistem a evento por telões

DEBORAH GIANNINI
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os organizadores da visita do papa prepararam-se para receber 150 mil pessoas na praça Charles Miller ontem à noite, enquanto o pontífice, do lado de dentro do estádio do Pacaembu, falaria para 35 mil jovens. Previsão não cumprida. Segundo a PM, na hora mais cheia, o lado de fora do estádio tinha 15 mil pessoas, 135 mil a menos do que o previsto.
O capitão PM Rogério dos Santos calcula que, depois da entrada do papamóvel no estádio, o público de fora caiu para 5.000 pessoas. Como a expectativa da polícia era que 100 mil pessoas afluíssem à praça, mobilizaram-se 2.000 policiais para garantir a segurança do local. Resultado: um policial para 2,5 pessoas -uma tranqüilidade.
Dentro do estádio, o animador da multidão incitou os jovens a gritar "Papa Bento 16, eu também te amo", assim que o pontífice entrou no Pacaembu, às 18h15. A turma respondeu à altura. Do lado de fora, a turminha, concentrada em volta de dois telões, não reagia.
O silêncio só foi quebrado quando os telões (que transmitiam o que acontecia dentro do estádio a partir de sinal da TV Bandeirantes), de repente, cortaram a imagem do papa. Em seu lugar entrou publicidade de uma loja popular, de um anticaspa, de câmera fotográfica e até de um aparelho de ginástica para moldar o abdômen. O pessoal do lado de fora do estádio achou que aí já era demais. "Êêêêêê", levantou-se a vaia.
Além dos camelôs que andavam para lá e para cá, frustrados pelo encalhe da mercadoria, a praça estava apinhada de jornalistas, que disputavam personagens exóticos. Foi a glória de quem quis aparecer.
No exato momento em que o papamóvel apareceu no Pacaembu, irrompeu a manifestação de um grupo que se diz seguidor do Anticristo. Carregando cartazes com os dizeres "Roma mente" e "Religião é uma farsa", 90 jovens com apitos na boca tentavam chamar a atenção. Cícero Pereira de Souza, 34, um dos membros do grupo, exibia tatuagem no braço com o número da besta: 666.
Outra "atração" foi um homem que levava boneca gigante de isopor de Nossa Senhora Aparecida nas costas. "Foi feita por um estilista da Gaviões da Fiel. Ele não quis cobrar nada, mas paguei R$ 150 por ela", conta Manoel da Silva, 55, que se apresentava também como "Rei das Embaixadinhas".


Texto Anterior: Casamento: Teólogo afirma que ser casto significa ser fiel
Próximo Texto: Jovens do Pacaembu também "ficam"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.