São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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SÃO PAULO
Em troca do cargo de vice-prefeito, partido deverá se coligar com o PFL e apoiar candidatura do senador Tuma
PMDB expõe "fraturas" em convenção

LUCAS FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Rachado, o PMDB realiza hoje convenção para decidir sua posição na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A tendência é que a base do partido -pró-candidatura própria- seja "atropelada" pela cúpula -favorável a uma coligação com o PFL.
Os dois principais líderes do partido em São Paulo (o ex-governador Orestes Quércia e o presidente da Câmara, Michel Temer) defendem que o partido abra mão da candidatura própria e apóie o nome de Romeu Tuma, senador pelo PFL.
O vice na chapa PFL-PMDB deverá ser um peemedebista, cujo nome será decidido em nova convenção, no dia 25 de junho.
A formação da chapa foi articulada pelos caciques nacionais dos dois partidos. Até ontem, Quércia e Temer trabalhavam para que a decisão fosse aceita pela base do partido.

Resistência à coligação
Na convenção de hoje, votarão 170 delegados. O número total de votos, no entanto, será de 251, já que alguns participantes têm direito a votar mais de uma vez, pois acumulam cargos de direção no partido.
Reunidos num grupo denominado como "Renovação com Unidade", pelo menos 27 dos 41 diretórios do partido defendem a candidatura própria.
Mas a resistência do grupo foi minada com a falta de opções de nomes de expressão. Só há dois pré-candidatos até agora: Tonico Ramos (ex-deputado estadual) e Bebeto Haddad (quarto suplente de deputado federal).
O grupo sofreu um baque na quinta-feira, quando Michel Temer -que vinha resistindo à coligação com o PFL, proposta por Quércia- recuou e decidiu apoiar o nome de Tuma.
Temer classificou a coligação de "circunstancial" e disse que não há outra alternativa para manter o PMDB unido.
"A coligação com o PFL será imposta", disse o presidente do diretório do Jaçanã, Carlos Silva, após saber da mudança de posição de Temer.

Pressão e boatos
A pressão sobre a base inclui até boatos de que a direção nacional do PMDB poderia intervir no diretório municipal, caso a convenção de hoje não homologue o apoio à candidatura de Tuma.
Mesmo enfraquecidos, até na sexta-feira passada, líderes regionais do partido se queixavam publicamente do acordo com os pefelistas fechado pela cúpula.
"Não concordamos com a coligação com o PFL, que tem um projeto diferente do nosso", disse o presidente do diretório da Lapa e integrante da direção estadual do partido, Arlon Viana.
Segundo ele, as negociações entre os caciques do PMDB e do PFL para formação da chapa incluem um acordo para a eleição de 2002, quando os dois partidos se uniriam em torno da candidatura de Quércia para o governo estadual.
O ex-governador nega a existência do suposto acordo. "Não discutimos nada em relação à eleição de 2002. Ainda é muito cedo para isso", afirmou Quércia.


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