São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Declaração ocorre 3 dias depois de megainvestidor George Soros afirmar que vitória petista levaria ao caos

Serra diz que só ele manteria estabilidade

Bel Pedrosa/Folha Imagem
Da esq. para a dir., Cabral Filho, Serra, Solange, Artur da Távola e o ex-governador Moreira Franco


ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou ontem no palanque da convenção que ratificou a aliança do PSDB, PFL e PMDB no Rio, que sua candidatura é "a única força capaz de garantir a estabilidade econômica".
"Somos a garantia de que a estabilidade e as conquistas realizadas vão se manter. A partir daí, vamos dar mais saltos para outras mudanças. O Brasil tem mudado sem parar, mas quer mais. Para ter mais, é preciso primeiro garantir o que já tem", disse Serra aos jornalistas após descer do palanque.
Ao ser questionado por repórteres se a opinião não seria a mesma de investidores internacionais, que provocam nervosismo no mercado brasileiro, afirmou: "Se alguém fala isso é porque concorda conosco, mas não vamos atrás da opinião de ninguém".
No palanque, explorou o tema da violência, citando o assassinato do jornalista Tim Lopes e dizendo que, se eleito, criará uma Polícia Federal fardada, encarregada de atuar nas fronteiras.
"Criaremos um ramo ostensivo da Polícia Federal, especializado na defesa da fronteira. Ela atuará de forma parecida com as polícias Civil e Militar, de maneira ostensiva e repreensiva, mas sob o comando unificado da Polícia Federal", afirmou Serra.
Segundo ele, não haveria dificuldades para criar essa força, que teria o dobro do efetivo da Polícia Federal. "Na primeira semana de governo vamos enviar projetos ao Congresso nesse sentido."
Ao comentar o caso Tim Lopes, Serra repetiu o discurso do prefeito Cesar Maia (PFL) no palanque, classificando-o como um ato de terror, e não apenas de violência.
"Isso é uma brutalidade. Vamos passar para a fase do terrorismo e da arrogância do crime. Tenho dito sempre que vamos travar uma verdadeira guerra contra o crime, e faremos isso. No Rio, a situação do crime é grave, mas não é no Estado que se produzem armas ou drogas. Coibir o contrabando é uma tarefa federal", disse.
A convenção conjunta do PSDB, PFL e PMDB oficializou Solange Amaral (PFL) como candidata ao governo do Estado e Artur da Távola (PSDB) e Sérgio Cabral Filho (PMDB) como os indicados ao Senado. O nome do vice ainda não foi definido -ele pode ser escolhido pelo PPB, caso ele se junte aos três partidos da aliança.
A convenção do PMDB chegou a ser anulada no final da tarde por causa de uma liminar de alas do partido que preferem ver o partido sozinho ou apoiando o PT. No início da noite, os advogados do partido cassaram a liminar.

Convite
Maria Sílvia Bastos Marques, ex-presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), foi convidada por Serra para coordenar parte do programa de governo do tucano, provavelmente na área industrial. Ela ainda não respondeu se aceita.
Maria Sílvia integrou a equipe econômica no governo Fernando Collor de Mello e foi secretária da Fazenda no governo Cesar Maia.


Colaborou a Sucursal de Brasília



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