DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo gastou R$ 6,4 bilhões a menos do que estava programado no período que vai de janeiro a abril deste ano. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, ouviu ontem críticas da oposição à baixa execução orçamentária.
"Os ministérios não conseguem gastar. É uma demonstração de incompetência fantástica", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP). Levy respondeu que o Tesouro já vem observando um ritmo maior de gastos em maio.
O secretário informou aos congressistas da Comissão Mista de Orçamento que o Tesouro previa gastos de R$ 52 bilhões entre janeiro e abril, mas foram desembolsados R$ 45,5 bilhões. Cerca de R$ 2,7 bilhões que não foram gastos pelos ministérios estão relacionados às chamadas despesas discricionárias. Ou seja, gastos com investimentos e custeio.
O deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) provocou Levy dizendo que o governo estava se preparando para aumentar o superávit primário (dinheiro economizado para o pagamento de juros), daí a baixa execução do Orçamento.
Pauderney se referia à reportagem da Folha sobre carta do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) ao Banco Mundial afirmando que, se necessário, haverá aumento da meta neste ano. "Não é objetivo do governo aumentar a meta do ano", respondeu Levy.
Segundo o secretário, porém, houve acréscimo de R$ 4,7 bilhões no resultado primário esperado no primeiro quadrimestre.


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