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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
País vive "lambança ética", diz Alckmin
Na véspera da convenção do PSDB, pré-candidato tucano ao Planalto ataca governo federal e defende união com PFL
Em ato dos pefelistas de SP, Serra também não poupa presidente Lula e chama
a gestão da economia de "bomba de efeito retardado"
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
O pré-candidato do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin,
fez ontem pela manhã, na convenção estadual do PFL, um
discurso em que pregou a união
em torno da campanha tucana
e criticou o governo federal. O
tom do discurso de Alckmin foi
entendido como uma prévia do
que deve ser dito hoje, na convenção nacional dos tucanos,
em Belo Horizonte (MG). Sem
decolar nas pesquisas eleitorais
e às voltas com problemas na
sua base de apoio, o ato de hoje
é visto como um ponto de crescimento de sua candidatura.
Ao lado das principais lideranças pefelistas e do candidato
do PSDB ao governo do Estado,
José Serra, Alckmin fez referência ao escândalo do mensalão. Para o ex-governador, o
país vive uma "lambança ética,
uma roubalheira que enche
uma lista telefônica".
Mais tarde, Serra atacou o
governo federal afirmando que
as ações da gestão petista na
economia eram uma "bomba
de efeito retardado" e que, na
área social, havia só "efeitos de
marketing".
"Uma só campanha"
Em seu discurso, Alckmin
demonstrou otimismo em relação ao desempenho do partido
no Estado. "Não podemos ter
um candidato melhor para governar São Paulo. Vamos ganhar no primeiro turno aqui",
disse, em referência a Serra.
O ex-prefeito da capital, por
sua vez, tentou minimizar a euforia. "Nós estamos muito
adiante nas pesquisas, mas pesquisas não ganham eleição. Temos que trabalhar duro até o
fim para transformar pesquisa
em resultado", afirmou Serra.
Na convenção de ontem, os
pefelistas homologaram o nome de Guilherme Afif Domingos como seu candidato majoritário. O presidente licenciado
da Associação Comercial de
São Paulo vai compor a chapa
com Serra, devendo ficar com a
vaga de senador ou como vice-candidato.
Tentando demonstrar união
entre as campanhas, Serra afirmou que Alckmin e seu vice, o
pefelista José Jorge (PE), iriam
"reabrir no Brasil as portas da
esperança, que foram fechadas
nos últimos anos".
Em seguida, disse que o
PSDB não terá duas campanhas. "Nós estaremos falando
deles quando eles aqui não estiverem. E eles falarão em nosso
nome", declarou Serra.
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