São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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GSI cria grupo de prevenção ao terrorismo

Núcleo será para estudos e proposições, e não para ação em campo, como já fazem grupos semelhantes na PF e da FAB

General Felix nega relação entre a criação do núcleo e a prisão em SP de um libanês suspeito de ter ligação com o grupo terrorista Al Qaeda


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Gabinete da Segurança Institucional da Presidência criou um grupo de prevenção e combate ao terrorismo. A criação desse núcleo ocorre quase um mês após a Polícia Federal ter mantido preso em São Paulo um libanês suspeito de ligação com a Al Qaeda.
O tema do terrorismo virou prioridade no mundo após os ataques terrorista de 11 de setembro de 2001 nos EUA. No Brasil, o tema voltou à tona no mês passado, quando reportagem da Folha revelou a prisão do libanês pela PF. Entre o final de abril e início de maio, ele permaneceu 21 dias preso, oficialmente suspeito de crime de racismo na internet.
O general Jorge Armando Felix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, negou ligação entre a criação do grupo e a prisão do suspeito de integrar a Al Qaeda. Afirmou que essa atuação já existia, mas que agora passará a ser institucional, com estudos e acompanhamento.
A portaria do GSI que cria o Núcleo do Centro de Coordenação das Atividades de Prevenção e Combate ao Terrorismo foi publicada ontem no "Diário Oficial" da União.
Segundo o texto, esse núcleo terá, entre outras atribuições, a de acompanhar a escalada do terrorismo internacional, promover estudos e outras iniciativas para ampliar o conhecimento estratégico sobre o tema no país e propor iniciativas para neutralizá-lo no Brasil.
Sob o comando de Felix, será um grupo de assessoramento do presidente Lula sobre o tema, já que prestará informações à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Conselho de Governo.
Integrantes do Ministério da Justiça, das Forças Armadas, do Itamaraty e do Ministério da Defesa que já atuam no GSI formarão o núcleo. De acordo com o órgão, ainda não está definido o número de participantes desse novo grupo.
Será um núcleo de estudos e de proposições, e não de ações em campo, como fazem núcleos semelhantes na Polícia Federal e nas Forças Armadas. O material de estudos sobre terrorismo internacional será fornecido pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), subordinada ao GSI.
Um grupo de trabalho do governo já analisa propor uma legislação para a defesa do país, que, entre outros, pode incluir a tipificação do terrorismo.
Para o ministro Tarso Genro (Justiça), a mudança da legislação não é necessária, pois os atos terroristas podem ser enquadrados nas leis em vigor.
Questionado sobre a informação -publicada por uma revista alemã e não confirmada- de que dois passageiros do voo 447 da Air France seriam ligados ao terrorismo, Felix disse: "O acompanhamento é normal, obrigatório, saber quem estava dentro do avião, se tinha alguém suspeito, faz parte do trabalho de todas as inteligências do mundo". "Enquanto não tiver uma confirmação, existem probabilidades maiores, menores", completou.


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