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GSI cria grupo de prevenção ao terrorismo
Núcleo será para estudos e proposições, e não para ação em campo, como já fazem grupos semelhantes na PF e da FAB
General Felix nega relação entre a criação do núcleo e a prisão em SP de um libanês suspeito de ter ligação com o grupo terrorista Al Qaeda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Gabinete da Segurança
Institucional da Presidência
criou um grupo de prevenção e
combate ao terrorismo. A criação desse núcleo ocorre quase
um mês após a Polícia Federal
ter mantido preso em São Paulo um libanês suspeito de ligação com a Al Qaeda.
O tema do terrorismo virou
prioridade no mundo após os
ataques terrorista de 11 de setembro de 2001 nos EUA. No
Brasil, o tema voltou à tona no
mês passado, quando reportagem da Folha revelou a prisão
do libanês pela PF. Entre o final de abril e início de maio, ele
permaneceu 21 dias preso, oficialmente suspeito de crime de
racismo na internet.
O general Jorge Armando
Felix, ministro do Gabinete de
Segurança Institucional da
Presidência, negou ligação entre a criação do grupo e a prisão
do suspeito de integrar a Al
Qaeda. Afirmou que essa atuação já existia, mas que agora
passará a ser institucional, com
estudos e acompanhamento.
A portaria do GSI que cria o
Núcleo do Centro de Coordenação das Atividades de Prevenção e Combate ao Terrorismo foi publicada ontem no "Diário Oficial" da União.
Segundo o texto, esse núcleo
terá, entre outras atribuições, a
de acompanhar a escalada do
terrorismo internacional, promover estudos e outras iniciativas para ampliar o conhecimento estratégico sobre o tema
no país e propor iniciativas para neutralizá-lo no Brasil.
Sob o comando de Felix, será
um grupo de assessoramento
do presidente Lula sobre o tema, já que prestará informações à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do
Conselho de Governo.
Integrantes do Ministério da
Justiça, das Forças Armadas,
do Itamaraty e do Ministério
da Defesa que já atuam no GSI
formarão o núcleo. De acordo
com o órgão, ainda não está definido o número de participantes desse novo grupo.
Será um núcleo de estudos e
de proposições, e não de ações
em campo, como fazem núcleos semelhantes na Polícia
Federal e nas Forças Armadas.
O material de estudos sobre
terrorismo internacional será
fornecido pela Abin (Agência
Brasileira de Inteligência), subordinada ao GSI.
Um grupo de trabalho do governo já analisa propor uma legislação para a defesa do país,
que, entre outros, pode incluir
a tipificação do terrorismo.
Para o ministro Tarso Genro
(Justiça), a mudança da legislação não é necessária, pois os
atos terroristas podem ser enquadrados nas leis em vigor.
Questionado sobre a informação -publicada por uma revista alemã e não confirmada-
de que dois passageiros do voo
447 da Air France seriam ligados ao terrorismo, Felix disse:
"O acompanhamento é normal, obrigatório, saber quem
estava dentro do avião, se tinha
alguém suspeito, faz parte do
trabalho de todas as inteligências do mundo". "Enquanto
não tiver uma confirmação,
existem probabilidades maiores, menores", completou.
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