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NORDESTE
21% dos alistados pela Sudene deixam de receber pagamento em junho
210 mil inscritos ficam de
fora das frente de trabalho
OSWALDO BUARIM JR.
da Sucursal de Brasília
Um quinto
dos trabalhadores rurais inscritos para as frentes de emergência no Nordeste
não teve serviço
no mês de junho
e, por isso, ficaram sem a assistência de meio salário mínimo (R$
65) que o governo assegurou aos
flagelados da seca.
As informações constam de detalhamento de operações da Sudene, encarregada de coordenar a
ação emergencial do governo no
semi-árido nordestino atingido
pela seca.
No dia 30 de junho, o governo
federal liberou R$ 51 milhões para
o primeiro pagamento de 785.425
trabalhadores aproveitados nas
frentes de trabalho. Os Estados
complementam os benefícios com
R$ 15 por trabalhador, o que implica pagamento mensal de R$ 80
por pessoa.
A Sudene alistou originalmente
995.762 trabalhadores rurais, mas
210.337 inscritos para as frentes ficaram sem trabalho e sem dinheiro. Os que ficaram sem trabalho
representam 21,13% do total de
alistados para as frentes.
As principais atividades das
frentes de emergência são a construção de açudes e a manutenção
de estradas.
A assessoria de imprensa da Sudene informou que nem todos os
trabalhadores rurais alistados para as frentes foram aproveitados
porque há dificuldade de organizar comitês de mobilização em todos os municípios.
O superintendente da Sudene, o
ex-deputado Sérgio Moreira, participou ontem, em Brasília, de
reunião de avaliação das ações
contra os efeitos da seca.
Ele disse que a redução nas frentes se deveu aos critérios adotados
pelos técnicos que coordenam o
trabalho na Bahia, Estado com o
maior número de alistados.
Como o aproveitamento de trabalhadores rurais ficou abaixo do
previsto, o governo federal deixou
de gastar R$ 14 milhões dos R$ 65
milhões mensais que havia programado para as frentes de emergência ao anunciar que empregaria 1 milhão de pessoas na região.
No Espírito Santo, onde 24.555
trabalhadores estão alistados para
as frentes produtivas, ninguém foi
aproveitado. O Estado tem 27 municípios incluídos na área de
abrangência da Sudene. Todos em
situação de calamidade.
Quase 10 milhões de pessoas vivem na zona rural de 1.236 municípios nordestinos e do norte de
Minas Gerais e do Espírito Santo
em estado crítico devido à estiagem.
O maior contingente de empregados nas frentes de trabalho foi
de baianos (150 mil pessoas). A
Bahia é também o Estado com
maior número de trabalhadores
rurais alistados para as frentes que
não receberam trabalho e dinheiro
em junho -192.188 ficaram de fora da lista de pagamento.
No Ceará também faltou trabalho para 35.973 inscritos nas frentes de emergência. Em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais foram aproveitados todos os
trabalhadores alistados.
Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba empregaram mais trabalhadores nas frentes que os alistados.
O Piauí e a Paraíba ampliaram
suas listas em 10 mil trabalhadores
beneficiados por Estado. No Rio
Grande do Norte, houve crescimento de 22.379 postos.
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