|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PODER SUPREMO
ONU, OMC e BC mundial são pilares
Relatório defende "governo global"
do Conselho Editorial
Como era previsível em um
organismo supranacional como a ONU, o relatório pede a
ampliação do papel das organizações do gênero. Ou o que
chama de "governança global",
assim definida:
"Governança não significa
mero governo. Significa um
quadro legal, instituições e práticas estabelecidas que imponham limites e dêem incentivos ao comportamento dos indivíduos, organizações e empresas".
A defesa de organizações supranacionais vem amparada
em dados que procuram demonstrar que os Estados nacionais têm crescentes dificuldades em implantar políticas que
respondam a desafios que superam suas fronteiras.
A turbulência financeira que
começou na Ásia é usada como
o exemplo para a necessidade
da "governança global", ao
afirmar que "nenhum país pode, por si só, suportar seus caprichos (dos fluxos de capital
de curto prazo)", apontados
como responsáveis pela crise.
Também o crime organizado
e os bilhões que movimenta
(leia texto abaixo) são usados
como argumento para defender "uma governança nacional
e mundial mais forte para o
bem-estar humano e não apenas para o mercado".
Pilares
Os pilares da "governança
global" estariam dados pelas
seguintes instituições:
1) "Uma ONU mais forte e mais
coerente, que constitua um fórum com liderança mundial,
voltado para preocupações humanas e de equidade";
2) Um Banco Central mundial;
3) Uma Organização Mundial
do Comércio "que assegure ao
mesmo tempo o comércio internacional livre e justo, com
um mandato extensivo à política de concorrência global".
A OMC já existe e já tenta fazer do comércio internacional
uma atividade livre e justa, mas
só agora começa a discutir a
concorrência global, ou seja, de
como evitar que determinados
setores se tornem crescentemente oligopolizados (dominados por poucas empresas).
O relatório, aliás, cita o fato
de que 86% do mercado de telecomunicações está nas mãos
de apenas dez empresas.
Nessa nova OMC, segundo o
relatório, caberia uma "agência
mundial de meio ambiente",
responsável, como é óbvio, por
evitar a deterioração ambiental, igualmente crescente.
O relatório traça com cores
muito fortes o que acontecerá
no futuro imediato se não for
adotada a "governança forte".
Diz o Pnud: "Os perigos de
conflitos mundiais podem ser
uma realidade no século 21:
guerras comerciais para promover interesses nacionais e
empresariais; volatilidade financeira sem controle, provocando conflitos civis; crime
mundial fora de controle, contaminando comunidades seguras e criminalizando política,
negócios e polícia".
(CR)
Texto Anterior: Veja propostas do documento Próximo Texto: Crime está globalizado Índice
|