São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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FOLHA ELEIÇÕES 2000

SÃO PAULO
Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, pepebista foi o que menos adquiriu revólveres, pistolas e veículos à corporação
Maluf investiu menos na Polícia Militar durante sua gestão como governador

PATRICIA ZORZAN
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, foi o governador que menos investiu na compra de equipamentos para a Polícia Militar -encarregada dos policiamentos preventivo e ostensivo do Estado e da capital- desde 1979.
A segurança pública é de responsabilidade do governador do Estado. Apesar de ter investido menos nesse item do que todos os seus sucessores no cargo, Maluf vem afirmando em sua campanha que assumirá o combate à violência caso eleito prefeito.
Segundo dados da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, o pepebista foi o que menos adquiriu revólveres, pistolas e veículos para a corporação entre os cinco governos abordados.
Na gestão malufista, conforme a secretaria, não houve ainda nenhuma aquisição de algemas, de coletes à prova de balas e dos dois tipos mais comuns de cassetetes utilizados pelos oficiais.
Maluf adquiriu, por exemplo, 13,96% do total de revólveres e pistolas e 28,33% do total de veículos comprados pelo governador tucano Mário Covas, o que numericamente mais investiu no setor no período analisado.
Os cálculos levam em conta apenas os quatro primeiros anos da administração do PSDB.
Se comparadas ao efetivo da corporação no ano em que Maluf deixou o governo do Estado -54.767 homens, de acordo com a secretaria-, as armas adquiridas pelo pepebista durante os quatro anos de seu mandato seriam suficientes para equipar apenas 6,89% dos policiais.
Já no caso do governador Mário Covas, que terminou sua primeira gestão com um efetivo de 81.850 homens prestando serviço à Polícia Militar, esse percentual sobe para 33,03%.
A secretaria não forneceu dados referentes aos equipamentos destinados à Polícia Civil.
O ex-prefeito, que, conforme o Datafolha, tem hoje 17% da intenção de voto dos paulistanos -ocupando a segunda colocação na disputa, em situação de empate técnico Luiza Erundina (PSB)-, deixou o cargo com o menor efetivo da PM.
Foram 54.767 homens no final da gestão Maluf, contra 61.682 no da de Franco Montoro (83/86), 70.180 no da de Orestes Quércia (87/90), 72.993 no da de Luiz Antonio Fleury Filho (91/94) e 81.850 no na de Mário Covas (95/98).
Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE sobre a população residente no Estado de São Paulo em 82, isso significa que, quando o candidato do PPB deixou o governo, havia um grupo de 490,38 habitantes para cada policial.
No caso de Covas em 98, essa relação era de 432,62 residentes no Estado para cada oficial da PM.
O pepebista perde ainda na comparação entre o número de oficiais integrados ao efetivo entre o início e o final de sua gestão.
Enquanto o candidato ampliou o número de policiais em 1.506 homens, seus sucessores, respectivamente, aumentaram em 5.964, 8.397, 1.848 e 8.603.
Defensor na atual campanha do aumento da pena máxima de prisão de 30 anos para 60 anos em casos de reincidência de crimes hediondos, Maluf, conforme dados da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado, foi também o único entre os cinco governadores que não criou uma única vaga prisional.


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