São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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PAINEL

Dobradinha paulista
Lula será uma das estrelas do programa de TV de Orestes Quércia e Fernando Morais no horário eleitoral. O PMDB quercista, que apóia o petista na sucessão presidencial, exibirá imagens de visita do novo aliado ao seu comitê de campanha.

Revisão biográfica
O marqueteiro Toni Cotrim, que trabalha para Quércia e atuou em campanhas do petista, já selecionou frases de Lula para o horário eleitoral. A principal: "Nos últimos oito anos, duvido que alguém tenha visto Quércia vacilar em suas críticas ao projeto neoliberal de FHC".

Torcida organizada
Tasso Jereissati articula a presença da maioria dos governadores do Nordeste no jogo do Brasil contra o Paraguai, em Fortaleza, no dia 21. O governador do Ceará quer transformar a partida em um ato público de apoio ao candidato do PPS, que estará na arquibancada.

Aliança visível
Tasso não anunciará apoio oficial a Ciro no jogo do Brasil. Mas, pela primeira vez na campanha, pretende se deixar fotografar em um evento público ao lado do presidenciável do PPS.

Politicamente incorreto
O comitê da Frente Trabalhista foi informado de que dirigentes petistas estiveram na Bahia articulando um manifesto do movimento negro contra Ciro, que discutiu dias atrás com um estudante negro em Brasília. O protesto deverá ocorrer na próxima visita de Ciro à Bahia.

Mérito reconhecido
Roberto Freire (PPS), assim que soube da articulação petista na Bahia, enviou uma carta aos líderes do movimento negro baiano afirmando que a causa deles é justa e que não pode envolver "interesses eleitoreiros".

Boa vizinhança
A assessoria de Ciro orientou o candidato a se desculpar com os fotógrafos chamados de "babacas" em evento na quinta-feira.

Além do limite
FHC está exigindo que todos os seus ministros gravem depoimentos de apoio à campanha de José Serra (PSDB). Alguns fizeram de bom grado. Mas outros, como Paulo Renato (Educação), aceitaram a determinação presidencial de cara feia.

Borracha carlista
O PSDB colocou ao lado do aeroporto de Salvador um outdoor com a frase "Lembra do seguro-desemprego?" e a foto de Serra. Algum inimigo do presidenciável tucano apagou a palavra "seguro" da frase. Ficou assim: "Lembra do desemprego?".

Guerra santa
Roseana Sarney (PFL) vai hoje à igreja de São José do Ribamar, padroeiro do Maranhão, agradecer pelo arquivamento do processo contra ela sobre a Lunus. De quebra, diz que fará uma prece em gratidão pela queda de Serra nas pesquisas.

Classe econômica
Garotinho não deverá alugar mais jatinhos em sua campanha presidencial. Os vôos serão apenas em avião de carreira, principalmente no eixo Rio-SP. Viagens mais longas, como a deste fim de semana ao NE, ocorrerão apenas quando financiadas por entidades evangélicas.

Terror em cascata
Não foi só a Tilibra que sofreu "mau olhado" de Paulo Maluf (disse que a empresa estava saindo de Bauru, o que foi desmentido). A indústria de biscoito Mabel e a fábrica de balas de açúcar Cory também estariam "deixando" SP, segundo o candidato do PPB em SP. Ambas as empresas negaram a hipótese.

Causa eleitoral
A declaração de Maluf foi dada em entrevista à EPTV de Ribeirão Preto. Candidato ao governo de SP pelo PPB, o ex-prefeito falava da política de empregos do adversário Geraldo Alckmin (PSDB) e citava "exemplos" de empresas que estariam parando suas atividades no Estado.

TIROTEIO

De Antônio Cabrera, candidato ao governo de São Paulo pela Frente Trabalhista, sobre o desempenho de Serra:
- É uma vergonha para a campanha do senhor José Serra. Com toda a estrutura que tem, ele ainda consegue ficar empatado em último ligar com Garotinho, que foi abandonado por quase todo mundo.

CONTRAPONTO

Tão longe, tão perto

Em 54, o PCB (Partido Comunista Brasileiro) atuava na clandestinidade e seus dirigentes eram perseguidos pela polícia política de Getúlio Vargas, representada pelos Dops (Departamentos de Ordem Política e Social). Salomão Malina, que acaba de lançar um livro de memórias, era um desses comunistas que tinha contra si um mandado de prisão. Decidiu morar numa casa bem isolada num bairro longínquo de São Paulo.
O único fato digno de nota no bairro era que um grupo de homens sempre se reunia para beber e falar alto num bar. Certo dia, Malina estava em casa quando tocou a campainha. O visitante explicou:
- Sou seu vizinho e vim aqui lhe dizer que, se tiver algum problema com aqueles homens do bar, é só me telefonar, que eu resolvo na hora. Vou deixar com você o meu cartão do Dops, onde eu trabalho...



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