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Perícia levanta suspeitas sobre Rural
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma perícia feita pela Polícia
Federal nos dados enviados pelo
Banco Rural à CPI dos Correios,
com a movimentação financeira
das empresas de Marcos Valério
de Souza, levantou suspeitas de
manipulação nos arquivos.
O estudo da PF, no entanto, não
é conclusivo nem aponta se algum arquivo foi de fato apagado,
como suspeitam parlamentares
da comissão. A CPI afirma que
falta a indicação de origem de pelo menos R$ 11,8 milhões em cerca de 50 movimentações das empresas de Valério no Rural - o
que o banco nega.
"A hipótese de fraude nos documentos entregues às autoridades
é nula e completamente absurda",
informou o Banco Rural por meio
de sua assessoria de imprensa
(leia texto nesta página).
O relator da CPI dos Correios,
Osmar Serraglio (PMDB-PR),
alertou ontem para interpretações precipitadas e equivocadas
que poderiam estar sendo feitas
em relação ao estudo da PF.
"Aparentemente houve um
grande equívoco na interpretação
[de manipulação] do laudo dos 52
mil registros. 143 talvez estejam
equivocados", disse o relator da
CPI.
"Faço um alerta para que se tomem cuidado para não criar mais
dificuldades a uma instituição financeira que já enfrenta muita dificuldade", completou Serraglio a
respeito do Banco Rural.
CDs
A comissão entregou ao Instituto Nacional de Criminalística da
PF, para análise, dois CDs com a
movimentação das empresas
DNA Propaganda Ltda. e SMPB
Comunicação entre janeiro de
2000 e julho de 2005.
Os técnicos indicaram em quatro, de seis arquivos, divergência
entre a quantidade de registros informadas no cabeçalho dos CDs e
a quantidade de registros "efetivamente existentes no arquivo".
A diferença, segundo os peritos,
permite deduzir a possibilidade
de que houve adulteração, mas a
análise não conseguiu apontar
com exatidão a existência de arquivos "apagados".
Os técnicos chegaram a essa
conclusão ao aplicar uma fórmula
matemática que levou em conta
determinada capacidade de armazenamento de dados. "Aplicando-se a fórmula aos valores do
cabeçalho dos arquivos analisados que contêm mais de 9.999 registros e que aparentemente conteriam mais registros que o indicado, foi possível constatar que o
número de registros reais era menor que o indicado pelo campo
"quantidade de registros", supondo-se verdadeiras as premissas
verdadeiras", diz o relatório da
Polícia Federal.
No entanto, essas conclusões
não permitiram aos técnicos atestar a suposta fraude. No início do
estudo, os próprios técnicos ressaltam: "Os CDs questionados foram analisados com o auxílio de
software específico para determinar se foram efetuadas múltiplas
seções de gravação e se havia arquivos "apagados" correspondentes a seções de gravação anteriores. Como resultado, constatou-se
que os dois discos continham
apenas uma seção de gravação,
sem arquivos "apagados'".
Os peritos também detectaram
divergência em uma etiqueta do
arquivo que trata da movimentação da DNA Propaganda. O período indicado na etiqueta era de
3 de janeiro de 2000 a 7 de julho de
2005, enquanto o período efetivo
dos registros ia de 3 de janeiro de
2000 a 30 de junho de 2005.
(RUBENS VALENTE)
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