|
Texto Anterior | Índice
GALÃ DO "MESNSALÃO"
Deputado recorre a exercícios de respiração e chocolate para vencer tensão causada por CPIs
"Não engordei um quilo", diz Jefferson
PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Mesmo sob a pressão crescente
dos últimos meses, o deputado
federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), 52, ex-obeso, jura não ter engordado "nem um quilo". Sua receita: exercício, alimentação controlada e... reza.
Toda manhã, depois de se
alongar por 20 minutos, Jefferson faz exercícios aeróbicos para
o diafragma, com especial atenção à respiração -em pleno aeroporto de Congonhas, em São
Paulo, onde espera um vôo para
Brasília, levanta-se para exibir a
técnica: segura a barriga e arfa,
com a boca semicerrada,
"Shhhh, Fuuuu, Pfuuusshhhi".
"Funciona como um poderoso
relaxamento das minhas ansiedades", afirma o deputado, que
se diz cansado de falar "sempre
sobre a mesma coisa" (CPI, denúncias, "mensalão", Marcos
Valério, José Dirceu...).
Depois da malhação, Jefferson
vai até a janela de seu apartamento e reza. "É um Pai Nosso, uma
Ave Maria. Peço serenidade."
Sua alimentação é leve e pastosa -purê, banana amassada,
caldo de feijão-, desde que se
submeteu à cirurgia de redução
de estômago há cinco anos. Para
manter a forma, recorre a alguns
truques. "Não janto, e normalmente como em prato de sobremesa e com talheres menores,
porque cabe menos, vai menos
comida para a boca", ensina.
Quando precisa depor em CPIs
-já foram três vezes- apela ao
chocolate. "Chego a ficar 14 horas lá, como uns 10 Alpinos [marca de chocolate]", confessa.
Para não sentir-se mal, precisa
comer devagar. "Mastigo a comida cerca de 60 vezes", diz, pegando um quadradinho de chocolate
suíço meio amargo. Uma mudança e tanto, lembra, para
quem comia 1,5 kg de carne em
"uma sentada". "Eu era um
monstro", resume.
Com nova silhueta e superexposto na mídia, Jefferson diz que
sentiu um aumento do assédio
feminino. Ao lado da terceira
mulher, a enfermeira Ana Lúcia,
36, uma morena mignon (1,60m,
52 kg), ele baixa a voz: "É um ciúme danado... Mas vai lá no meu
gabinete e pergunta à minha secretária quantos e-mails chegam
por dia de mulher".
Maria Teresa da Silva, a assessora de imprensa, tenta apelar ao
bom senso: "Não, Roberto, pra
quê isso?". Vira-se para o repórter: "Ele nem responde as mensagens, só lê". Jefferson sorri com
um lado só da boca. E diz o óbvio
"Sou vaidoso sim".
Texto Anterior: Leia abaixo trecho em que preso tenta extorquir deputado Índice
|