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MILITARES
"Geisel realmente consolidou a industrialização", afirma José Dirceu
Dirigente do PT elogia Geisel na ESG
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente licenciado do PT,
deputado federal José Dirceu, fez
ontem uma palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) na qual
elogiou o papel de Ernesto Geisel
na consolidação do parque industrial do Brasil. Geisel, que governou de 1974 a 1979, foi o penúltimo presidente do regime militar.
"O governo do general Geisel
realmente consolidou a industrialização brasileira, com a implantação da indústria de bens e equipamentos", disse Dirceu, ressaltando que o crescimento promovido pelo regime militar teve um
"custo muito grande em termos
de restrição à liberdade".
Em julho passado, Luiz Inácio
Lula da Silva, pré-candidato do
PT à Presidência, já havia elogiado os governos militares, dizendo
que, ao contrário da administração de Fernando Henrique Cardoso, eles tinham um projeto de
investimentos para o país.
A palestra de Dirceu foi recheada de alusões à soberania do Brasil e à necessidade de uma política
nacionalista. Ele se referiu à
ameaça de internacionalização da
Amazônia e defendeu a manutenção da Petrobras como estatal.
São temas de interesse dos setores
próximos da ESG, um centro de
estudos e debates que tem o propósito de elaborar um pensamento estratégico sobre o país.
"Por acaso as Forças Armadas,
durante o período da ditadura,
pensavam em um país pequeno?
Pelo contrário, pensavam em
criar uma potência", disse o deputado, que, no entanto, afirmou
que o regime militar planejou o
crescimento sem pensar na distribuição de renda e na resolução
dos problemas sociais brasileiros.
"O crescimento no período militar foi feito com um custo muito
grande de restrições da liberdade
e sem promover reformas históricas que o país ainda precisa, como
as reformas tributária, fiscal e
agrária", afirmou Dirceu, que nos
anos 70 viveu no exílio em Cuba e
voltou clandestinamente ao Brasil, só recobrando sua verdadeira
identidade com a anistia, em 1979.
José Dirceu disputa no próximo
domingo o terceiro mandato consecutivo na presidência do PT e
espera conseguir 60% dos votos
de cerca de 300 mil filiados que
deverão votar em todo o país.
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