São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2004

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A CENA

Nervosismo não abala militante

LUIZ FERNANDO RAMOS
ESPECIAL PARA A FOLHA

A cena é conhecida. Um espaço de debate com jornalistas argutos e uma platéia de correligionários. É a estréia de uma série, e o nervosismo do ambiente não atrapalha a militante experiente.
A cadeira mais alta, um acidente, incomoda mas não gera mudanças no script. Diligente, a candidata desempenha com a costumeira competência a exposição do programa de governo. Entusiasma-se com os projetos.
Reconhecimento de dificuldades: a cadeira é ajustada. Os pés chegam ao chão e, com as primeiras perguntas, o sangue ilumina as faces. A mulher vivida revela destemor frente à objetividade jornalística. Quixote sem Rocinante, agora ela clama no deserto e denuncia a surdez dos interlocutores às suas posições. Na parede, pergunta se a questão é exclui-la da eleição. Um dos contendores, no palco, aplaude.


Luiz Fernando Ramos, 47, é professor de Teoria do Teatro do Departamento de Artes Cênicas da USP


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