DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de a execução dos recursos para a obtenção de terra estar dentro do cronograma, o governo Luiz Inácio Lula da Silva assentou até agora apenas 33% das famílias previstas na meta deste ano do PNRA (Plano Nacional de Reforma Agrária).
Até anteontem, segundo dados oficiais obtidos pela reportagem, 38,5 mil famílias haviam sido assentadas, ante uma promessa de 115 mil até dezembro.
O ritmo de assentamentos deste ano é semelhante ao do ano passado, quando 81,2 mil famílias foram atendidas entre janeiro e dezembro. Em 9 de setembro de 2004, o número de famílias assentadas estava em 38,6 mil -agora, em 2005, está em 38,5 mil.
Até agora, o governo Lula não conseguiu cumprir nenhuma meta de assentamentos. Em 2003, a promessa era atender 60 mil famílias, mas apenas 36,8 mil foram atendidas. No ano passado, 81,2 mil famílias foram assentadas, com uma meta de 115 mil famílias -a mesma deste ano. Até 2006, o governo federal prevê o assentamento de 400 mil famílias.
Em 2005, por enquanto, 63% das 38,5 mil famílias assentadas estão na chamada Amazônia Legal (Estados do Norte, além de Maranhão e Mato Grosso), o que, na prática, explica o baixo índice nacional de assentados ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Nesses Estados, onde as terras são mais baratas e os processos de desapropriação mais ágeis, o movimento atua de forma tímida, diferentemente do que ocorre no Nordeste, por exemplo, onde existe escassez de terra e o custo é mais elevado.
Em todo o país, além das 38,5 mil famílias já oficialmente assentadas, o governo afirma ter terras em processo final de tramitação para beneficiar pelo menos outras 39 mil famílias. (EDS)


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