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OPERAÇÃO COBRA
Quatro pelotões serão postos na região
Governo pretende criar cidades para poder vigiar fronteira norte
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Defesa, Geraldo
Quintão, anunciou ontem que o
governo pretende instalar quatro
novos pelotões na Amazônia, em
regiões de fronteira, com o objetivo de criar novas cidades na região. Ou, na terminologia militar,
"vivificar" as fronteiras.
A criação dos quatro pelotões
depende de uma suplementação
orçamentária para o Projeto Calha Norte no valor de R$ 36 milhões. A aprovação dessa verba
depende do Congresso.
O Calha Norte nasceu em 1985.
Ficou abandonado e quase sem
verbas durante vários anos. Agora, por causa do Plano Colômbia
(de combate ao narcotráfico no
país vizinho), os militares brasileiros têm pressionado pela reativação do projeto.
Neste ano, o Orçamento prevê
R$ 24 milhões para o Calha Norte.
Se a suplementação solicitada for
aprovada, o valor total para o ano
sobe para R$ 60 milhões.
Os pelotões que serão instalados na Amazônia devem ter dois
pavilhões: um militar e outro civil.
No militar ficarão de 40 a 60 soldados. No civil estarão equipes de
vários órgãos do governo, como
Ibama, Funai e Ministério da
Educação.
A idéia é que os locais em que
forem instalados os pelotões se
transformem em vilas. E, posteriormente, em pequenas cidades.
Isso garantiria a ocupação perene da região amazônica do país,
com cerca de 5.000 km de extensão de fronteiras internacionais
praticamente inabitadas.
O número de pessoal militar é
relativamente pequeno em cada
novo pelotão, pois os militares
brasileiros não consideram que o
problema da Amazônia seja a falta de efetivo. Hoje, há cerca de 22
mil soldados na região Norte.
A maior dificuldade na segurança da região é que há amplas
áreas desocupadas. Por isso, um
dos objetivos principais do Calha
Norte é tentar encontrar meios de
criar novas comunidades na região de fronteira da Amazônia.
Convênio com a FGV
Além de anunciar os novos pelotões que serão instalados na
Amazônia, Quintão também assinou ontem um convênio com a
Fundação Getúlio Vargas. Pelo
contrato, a FGV fará estudos de
viabilidade econômica em pequenos municípios já existentes na
fronteira norte do Brasil.
A FGV inicialmente deve fazer
estudos em cinco ou seis dos cerca de 70 municípios fronteiriços
do Brasil na região Norte. Cada
estudo custará R$ 30 mil ao Ministério da Defesa.
O objetivo é descobrir qual a vocação dessas cidades, as deficiências atuais e como o governo poderá atuar para incentivar o desenvolvimento.
(FERNANDO RODRIGUES)
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