DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque (PT) responsabilizou o governo federal pela morte do sindicalista Gildo da Silva Rocha, na madrugada de sexta na periferia de Brasília.
O sindicalista foi morto a tiros ao fugir de blitze da Polícia Civil. Ele participava da greve do serviço de limpeza e percorria a cidade-satélite de Ceilândia, rasgando sacos de lixo, com dois colegas.
Cristovam disse ontem que há dois meses alertou o ministro José Gregori (Justiça) sobre atitudes do governador Joaquim Roriz (PMDB-DF) que incentivariam ações contra petistas. Em discurso na periferia do DF, Roriz afirmou que não se responsabilizava pela segurança dos petistas e sugeriu que a população expulsasse os "vermelhos" de Brasília.
"Eu responsabilizo o governo federal pela morte desse trabalhador, por não ter tomado nenhuma medida para que o governador explicasse que esta é uma cidade democrática na qual todas as correntes ideológicas podem conviver", afirmou Cristovam.
Por intermédio da assessoria do Ministério da Justiça, Gregori disse "estranhar" a declaração de Cristovam. "Esse tipo de declaração, eu não esperava do Cristovam equilibrado que conheço", afirmou, segundo sua assessoria.
Segundo a assessoria do ministro, depois do alerta de Cristovam, Gregori conversou com o governador do Distrito Federal, que amenizou suas palavras.
O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), e o líder na Câmara, Aloizio Mercadante (SP), enviaram ontem carta ao ministro, relatando "uma onda de violência" contra petistas após o primeiro turno. Na carta, afirmam que o governo é responsável pela segurança dos cidadãos.
Segundo os petistas, dois militantes foram assassinados -um em Suzano (SP) e outro em Cururipe (PE). Três prefeitos eleitos do PT -em Embu e Jandira, em São Paulo, e em Imperatriz, no Maranhão- foram ameaçados de morte. A casa do prefeito eleito de Viana (MA) foi atingida por tiros.
Dirceu falou por telefone com Gregori sobre o atentado contra o presidente do PT de Cuiabá, Sinvaldo Dias Campos, atingido por dois tiros ontem. O ministro disse ao petista que "o governo não vai tolerar esse tipo de atitude". Gregori, segundo sua assessoria, se comprometeu a acionar o governo do Estado e a Polícia Federal.


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