São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

Os colloridos de Lula

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Depois de José e Roseana Sarney, de ACM, passando pelo vice de Aécio, o pefelista Clésio Andrade, agora chegou a vez dos velhos colloridos José Carlos Martinez, Roberto Jefferson, Hélio Costa.
É a direita de Lula, que não vai parar por aí. Como disse o próprio, na Globo:
- Nós estamos consolidando os nossos apoios.
Pefelistas e ex-colloridos por enquanto não passam de "apoio", naquela "diferença entre aliança e apoio" expressa pelo porta-voz lulista.
Por enquanto, como "aliança", constam apenas PL, PPS, PSB, PDT e PC do B. Mas o PTB, por exemplo, pode muito bem chegar a um acordo mais à frente. Martinez:
- Não estamos pedindo nada... Não existe expectativa de governo. Depois das eleições, o partido vai se reunir.
Por enquanto, ninguém está pedindo nem prometendo nada, pelo que aparece nos telejornais e rádios. "Depois das eleições", quem sabe.
 
O malufismo não quer ficar para trás. O PL paulista, que foi Paulo Maluf no primeiro turno, já recomendou o apoio a José Genoino.
Mais estarrecedora, porém, foi a adesão de Delfim Netto. O namoro é de parte a parte. O PT "entrevistou" o malufista em seu site, sabe-se lá pautado por que marqueteiro.
E Delfim foi só elogios a Lula, um "estadista".
 
Delfim fez mais. Melhor que qualquer petista, reagiu à desastrada intervenção de Armínio Fraga na campanha. Dele, na Jovem Pan:
- Eu acho o Armínio uma pessoa decente. Mas, honestamente, ele transcendeu seu papel de presidente do Banco Central e se transformou num cabo eleitoral.
Fez melhor que José Dirceu, escalado pela Globo para responder e que disse:
- Não sei se é retórica eleitoral. Se for, é ruim. O Banco Central não deve fazê-lo.
Fez melhor também que Aloizio Mercadante:
- O Armínio, em vez de dar coletiva, devia estar sentado à mesa de câmbio.
Nada como a direita, para dar resposta atravessada.
 
E no fim Garotinho, depois de muito fustigar, abraçou Lula no Jornal Nacional e anunciou, entre sorrisos:
- Saiba que você terá, por onde você andar, todos os nossos companheiros fazendo o possível para que possamos dar ao Brasil a oportunidade de ingressar num outro momento da sua vida, tendo alguém comprometido com o povo. Que Deus lhe abençoe.
Depois reclamam do cinismo dos eleitores de Enéas.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Folclore Político - Augusto Marzagão: Embaixador fora de série
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.