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CONGRESSO
Ruralistas perdem 71 deputados na Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao contrário da bancada ligada
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que
teve um aumento no número de
deputados eleitos no último dia 6,
o grupo ruralista perdeu 71 deles.
Segundo levantamento da CNA
(Confederação Nacional da Agricultura), divulgado ontem, dos
174 deputados da atual legislatura
que fazem parte da bancada, 103
se reelegeram. Já no Senado, dos
15 senadores do grupo, apenas
cinco se reelegeram e dois têm
mais quatro anos de mandato.
Alguns integrantes da "tropa de
choque" da bancada ruralista ficarão de fora do Congresso a partir do próximo ano, entre eles estão os deputados Xico Graziano
(PSDB-SP), Hugo Biehl (PPB-SC), Giovanni Queiroz (PDT-PA)
e Fetter Junior (PPB-RS).
O presidente da CNA, Antônio
Ernesto de Salvo, disse acreditar
que o atual número de congressistas da bancada ruralista deverá se
manter com a adesão de novos
parlamentares que chegam ao
Congresso. No início da próxima
legislatura, a CNA vai convidar
todos os congressistas a conhecer
a entidade e a participar de debates sobre a questão agrícola.
Com isso, pretende obter novas
adesões.
Já a bancada do MST passou
dos atuais 11 para 16 deputados.
Negociação
Segundo Salvo, apesar da nova
correlação de forças do Congresso, mais à esquerda, a bancada ruralista pretende abrir o debate sobre questões polêmicas na área
ambiental, principalmente quanto ao percentual de preservação
de mata nativa em propriedades
rurais. "Nós queremos preservar
a Amazônia e outros ecossistemas, mas não se pode engessar o
desenvolvimento. Vamos ter que
discutir essa questão", disse.
A CNA e a bancada ruralista
pretendem ter como interlocutores para essas questões em um
eventual governo do petista Luiz
Inácio Lula da Silva deputados do
PT de Minas Gerais, como Virgílio Guimarães, Paulo Delgado e
Patrus Ananias.
Outro que deve participar é
João Grandão (PT-MS).
A bancada ruralista também vai
monitorar o comportamento de
um eventual governo Lula com o
MST. Há o temor por parte da
bancada ruralista que o MST intensifique as invasões para adequar a reforma agrária ao seu interesse.
Para Salvo, a bancada do MST
não terá expressão na Câmara.
"Se a bancada do MST aumentou,
isso é ruim porque é um movimento que é contra a lei."
(SANDRO LIMA)
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