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Pepebistas articulam afastamento de Maluf da presidência do partido
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de sofrer sua maior derrota nas urnas, o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) terá de enfrentar
agora a resistência dos próprios
colegas de partido que defendem
a sua destituição da presidência
nacional da sigla e o fim da hegemonia malufista em São Paulo.
A fragilidade de Maluf vem das
urnas. No último domingo, pela
primeira vez desde a eleição presidencial de 1989, o pepebista ficou
fora de um segundo turno.
Na leva de partidários que defendem o afastamento de Maluf,
estão aliados históricos, como o
ex-presidente estadual do PPB
Adhemar de Barros Filho e o deputado federal por dois mandatos
Wagner Salustiano, eleito agora
deputado estadual por São Paulo.
Segundo alguns aliados malufistas, até mesmo o deputado federal Delfim Netto (PPB) confidenciou que não iria mais apoiar
Maluf caso o ex-prefeito desejasse
se candidatar à Prefeitura de São
Paulo em 2004.
O projeto de Salustiano é um
exemplo do declínio do poderio
malufista. Decidido a fixar-se em
São Paulo, o deputado quer construir uma base política capaz de
habilitá-lo para uma eventual disputa pela prefeitura com Maluf.
Outros deputados estaduais do
PPB também estão de olho na
mesma cadeira.
Levante
As articulações para afastar Maluf, no entanto, não estão concentradas apenas em São Paulo. Pepebistas da ala governista, principalmente do Rio Grande do Sul e
de Pernambuco, também têm se
movimentado nos bastidores para tentar isolá-lo politicamente.
Eles avaliam que Maluf, acostumado a adotar uma política personalista, prejudicou o partido ao
se opor com veemência a uma
aliança nacional com o PSDB, do
presidenciável José Serra. Para
Maluf, a aliança era contraproducente, já que ele imaginava disputar o segundo turno com o governador de São Paulo e candidato,
Geraldo Alckmin (PSDB).
Um dos que se sentiram prejudicados pelo fato de o partido não
ter se coligado ao PSDB nacionalmente foi o candidato derrotado
para o governo do Rio Grande do
Sul, Celso Bernardi.
Ele ficou em quarto lugar na disputa estadual, com menos de 7%
dos votos válidos. "Foi uma decisão equivocada do partido [não se
aliar ao PSDB", mas não só por
responsabilidade de Paulo Maluf", afirmou o candidato.
Segundo Bernardi, apesar de ter
disputado com Maluf a presidência da sigla, em abril do ano passado, ele não aprova um movimento para tentar isolar o ex-prefeito.
"É um momento difícil para ele
[Maluf] e eu não faria isso."
Para que o afastamento de Maluf do cargo de presidente nacional da legenda seja efetivado, os
"rebeldes" precisam da concordância de pelo menos 50% mais
um dos integrantes do diretório
nacional do partido.
A assessoria de imprensa do ex-prefeito informou que Maluf não
iria comentar o assunto. A ala malufista da sigla, comandada por
São Paulo, garante controlar pelo
menos de 70% do diretório nacional pepebista.
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