UOL

São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Ponto de inflexão
Às lágrimas, após o desencontro entre o deputado Fernando Gabeira e José Dirceu (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente) disse que deixará o ministério se não concordar com o teor do projeto que Lula enviará ao Congresso sobre os transgênicos. "É o meu limite."

Clima tenso
Marina fez o desabafo ontem, logo após Gabeira deixar a Casa Civil, irritado com o atraso de José Dirceu. Em queda-de-braço com Roberto Rodrigues (Agricultura), que conseguiu a liberação da soja modificada em 2003, a ministra defende mais restrições para os transgênicos.

Apoio psicológico
Ao chegar, Dirceu consolou Marina: "Não vou te abandonar". O projeto de lei definitivo sobre os transgênicos está parado na Casa Civil aguardando uma decisão política do Planalto. Em razão da atuação do governo na área ambiental, Gabeira está deixando o PT.

Fim do fone de ouvido
Alívio geral no Congresso. Projeto de Suplicy que institui a renda básica foi para a última comissão deliberativa e nem precisará passar pelo plenário. De lá, vai direto para sanção presidencial. Acredita-se que, com a aprovação, o petista mudará o tema de seus longos discursos.

Rota da vergonha
A CPI da Exploração Sexual descobriu ontem em Foz do Iguaçu uma rede de tráfico de adolescentes brasileiras para o Paraguai. Os principais envolvidos seriam comerciantes chineses de Cuidad del Este. Mas também haveria o envolvimento de políticos brasileiros.

Vocação natural
Relator da reforma tributária, Romero Jucá é considerado no Senado como uma espécie de líder do PG, o partido do governo (qualquer que seja ele). De líder do PSDB com FHC virou homem de confiança da gestão Lula e ministeriável do PMDB.

Segurança total
O governo Lula gastou apenas 40,75% da verba destinada ao Programa de Proteção a Testemunhas em 2003. Dos R$ 14,43 mi do Orçamento, só R$ 5,88 mi foram utilizados. Coincidência: duas testemunhas foram mortas nos últimos dias após depoimento a Asma Jahangir (ONU).

PT X PT
O petista Plínio de Arruda Sampaio Jr. registrou ontem sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. Apresentou uma lista de inscrição com 1.350 assinaturas, cerca de 50 a mais do que o mínimo necessário (5% dos filiados ao diretório municipal).

Contestação interna
O PT paulistano vai verificar a validade das assinaturas nos próximos dias para oficializar a pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio Jr., que é apoiado por parte da esquerda do partido. Nesse caso, a prefeita Marta Suplicy (PT) será obrigada a disputar uma prévia.

Um dia depois do outro
Aliados de FHC não seguraram o riso ao saber que Geraldo Alckmin se reunira por duas vezes com Paulo Maluf, uma delas na casa do ex-prefeito em Campos do Jordão. Na campanha de 98, covistas alvejaram o então presidente pelo fato de ter saído em outdoor ao lado de Maluf.

O sertão vai virar mar
Renan Calheiros (PMDB-AL) dava entrevista ontem em defesa do Estatuto do Desarmamento quando foi provocado por José Jorge (PFL-PE): "Você é o único alagoano que eu conheço que não gosta de armas".

Literatura política
O jornalista Augusto Marzagão, que foi secretário particular dos presidentes Jânio Quadros e José Sarney, vai lançar um livro de crônicas e artigos intitulado "A semeadura e a colheita". TIROTEIO

Da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), sobre as críticas ao governo Lula de Arthur Virgílio (PSDB-AM) e de Heloísa Helena (PT-AL) no plenário:
-Já virou um bate-estaca. O tucano não tem limites e critica desde a licitação do papel higiênico até a posição do nosso governo na OMC. Já a senadora, ao insinuar todos os dias que estamos no cabresto, parece cumprir a linha auxiliar da oposição.

CONTRAPONTO

Dedo no bolo

Há duas semanas, os funcionários do Ministério da Fazenda organizaram uma festa-surpresa para o aniversário do ministro Antonio Palocci Filho, 43. Tudo foi feito no maior sigilo, para que Palocci não soubesse.
Pouco antes da festa, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) chegou à Fazenda para uma reunião com Palocci. Antes de entrar na audiência, passou na sala do secretário-executivo, Bernard Appy, que o aconselhou a ser rápido para não atrapalhar a comemoração.
Amorim seguiu o conselho ao pé da letra. Assim que entrou na sala, falou a Palocci:
-Vou ser bem rápido, pois sei que tem uma festa esperando o senhor.
Ao ver a cara de surpresa de Palocci e a expressão de desapontamento de Appy, Amorim percebeu a gafe. E lamentou:
-Acho que estraguei uma surpresa...


Próximo Texto: Adeus, companheiro: Gabeira confirma saída do PT após esperar Dirceu em vão
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.