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ORÇAMENTO
País tem débitos com organizações internacionais
Governo quer liberar R$ 190 mi para Relações Exteriores quitar dívidas
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além dos R$ 130 milhões para
as polícias Federal e Rodoviária, o
governo vai propor ao Congresso
a liberação de outros R$ 190 milhões para o Ministério das Relações Exteriores. Desse total, R$ 63
milhões serão utilizados para pagar dívidas do governo com organismos internacionais.
O Brasil tem dívidas com a
ONU (Organização das Nações
Unidas), FAO (Organização das
Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação) e Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura).
O governo brasileiro quer ocupar uma cadeira no conselho de
segurança da ONU, mas já estava
ameaçado de não poder votar em
alguns fóruns da entidade por
causa da inadimplência. "Mas isso foram coisas herdadas do outro governo", disse o ministro do
Planejamento, Guido Mantega.
Segundo Mantega, serão enviados para o Congresso mais de 20
projetos de lei para remanejar e
readequar o Orçamento de 2003.
O governo tem até o dia 15 de outubro para fazer isso.
O dinheiro que será liberado
agora para os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores vai
reduzir as dificuldades enfrentadas pelas polícias e pelas embaixadas brasileiras, mas não é dinheiro novo. Ou seja, o governo
não está reduzindo os cortes de
R$ 13,7 bilhões feitos até agora no
Orçamento deste ano. Os recursos estão sendo remanejados.
Descontingenciamento
Mas Mantega sinalizou ontem
para um novo descontingenciamento em novembro. Segundo
ele, a arrecadação de impostos em
setembro estava acontecendo
dentro do planejado. "Está dentro
das projeções e indica uma recuperação em relação a agosto, mas
a conta ainda não está fechada".
De qualquer forma, os novos
projetos de lei vão preparar o Orçamento para a entrada de mais
recursos até o final do ano.
O ministro afirmou ainda que
outros ministérios deverão receber recursos como o Ministério
da Defesa. Em outros casos, haverá readequação da programação
original. A Previdência Social receberá R$ 11,2 bilhões para cobrir,
principalmente, o aumento dos
benefícios que aconteceu por causa do reajuste do salário mínimo.
Mantega afirmou que a execução orçamentária não está baixa
porque os empenhos estão em
75% do total disponível. O ministro reconheceu, porém, que o critério mais correto para a execução
orçamentária é o total liquidado.
O gasto público tem três fases:
empenho (contratação), liquidação (o serviço foi realizado, mas
precisa ser pago) e pagamento.
"A execução é normal. O Ministério dos Transportes começou
mais lentamente, mas já empenhou 80%. A liquidação foi de
25%, mas eles vão acelerar no final do ano", disse.
Com base em dados do Tesouro
Nacional do final de agosto, o
Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) divulgou uma
nota técnica na qual critica a execução do Orçamento.
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