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DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA MAMORÉ

Integrantes do COE (Companhia de Operações Especiais) da Polícia Militar de Rondônia encontraram ontem mais dois corpos de posseiros possivelmente assassinados no confronto que fez três mortos na segunda-feira, em uma fazenda de Nova Mamoré.
Os cadáveres, que estavam com as mãos e os pés amarrados, foram descobertos às 12h30 (13h30 no horário de Brasília).
Devido ao adiantado estado de decomposição, peritos do Instituto Médico Legal que acompanham as buscas não conseguiram identificar, de imediato, se as perfurações nos corpos haviam sido provocadas por tiros ou facadas. Além disso, estavam recobertos por óleo combustível queimado.
Os mortos foram identificados pelo sem-terra Adílson Vicente da Silva, 24, apenas como sendo Osvaldo e Ceará. Silva havia ido ontem pela manhã à delegacia de polícia de Buritis (400 km de Porto Velho) para registrar queixa de desaparecimento dos mortos.
Os corpos foram encontrados durante operações de busca na localidade de Jacinópolis, no município de Nova Mamoré (85 km de Buritis), próximos a uma estrada de terra que passa pela fazenda Schumann, palco das mortes ocorridas no início da semana.
Escondidos atrás de um tronco de madeira, estavam a cerca de 4 km do local onde foram assassinados na segunda-feira os trabalhadores rurais Devair Cordeiro Verbano, 52, e seu filho Evaldo Hilton Margoto Verbano, 26, e o segurança da fazenda Rodrigo Steffani Rahagnani, 26.
Carlos Schumann, 53, dono da fazenda que leva o seu sobrenome, creditou a culpa pelas três mortes a sem-terra ligados à LCP (Liga Camponesa dos Pobres).
Já a polícia acredita que os assassinatos representam um sinal para que os posseiros não avancem para dentro da fazenda.
Agora, subiu para cinco o número de mortos só nesta semana em decorrência de conflitos por terras na região. Antes da descoberta dos novos corpos, a PM já somava 30 mortes desde 2000.
O temor diante do clima tenso na região levou a PM anteontem a abortar uma operação de busca que faria na fazenda Schumann, que acabou ocorrendo apenas ontem, depois da chegada do reforço de 40 soldados do COE.
Durante as buscas de ontem, os policiais encontram dez bilhetes espalhados pela propriedade que diziam "a PF tá na área", três dos quais a cerca de 20 m de onde estavam os dois corpos. Para o capitão do COE, Drayton Florenço da Silva, representam avisos para que pistoleiros deixassem a área devido à chegada da polícia.


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