São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin sugere Aécio presidente em 2010

"Cada um dá um passo. Isso é uma corrida de revezamento, um vai passando o bastão para o outro", disse presidenciável

Ao lado do candidato, o governador reeleito de MG diz que "votar em Aécio e confiar no seu projeto é dar a vitória a Geraldo Alckmin"


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, sugeriu ontem em discurso em Belo Horizonte que o governador reeleito Aécio Neves (PSDB-MG) seja candidato a presidente em 2010. Embalado pelo ambiente, Alckmin usou a metáfora da corrida de revezamento com bastão para dar a idéia de que, caso seja eleito, dará vez ao governador de Minas.
O tucano falava que o PT e o presidente Lula já tiveram sua oportunidade nesses quase quatro anos e que agora é a sua vez. "Não vamos continuar perdendo oportunidades, esperando mais quatro anos, esperando 2010. É claro que nós queremos 2010, né?", disse Alckmin, interrompido pelos aplausos das cerca de 1.300 pessoas na casa de shows onde ocorreu o ato.
"Cada um dá um passo. Isso é uma corrida de revezamento, um vai passando o bastão para o outro", afirmou. "O PT já teve a sua chance. Agora é time novo para trabalhar pelo bem do Brasil. Minas vai estar conosco nessa caminhada cívica."
O clima do segundo turno em Minas está centrado na popularidade de Aécio, reeleito com 77% dos votos válidos, percentual que o PSDB mineiro interpreta como resultado do desejo dos mineiros de vê-lo presidente. Por isso o PT já começou a explorar a boa relação de Lula com Aécio e a dizer que a vitória de Alckmin poderá prejudicar o projeto político dele.
Em discurso, antes de Alckmin falar, Aécio tocou no assunto, sugerindo estar muito sintonizado com o tucano paulista, que em outras ocasiões já chamou o mineiro de "grande irmão" e "querido irmão". "Votar em Aécio e confiar no seu projeto político é dar a vitória a Geraldo Alckmin", disse Aécio.
Quando Alckmin foi questionado sobre a tática petista, Aécio interveio e disse: "Amigo do governador Aécio Neves vota em Geraldo Alckmin porque gosta do Brasil". E o paulista completou: "Aqui em Minas, o Newton Cardoso [PMDB] é Lula. E o Aécio, Itamar Franco e o povo mineiro são Geraldo".
Alckmin rebateu declaração de Lula pela qual o tucano é "destruidor" do que o PT construiu. "Isso é desespero, isso é mentira." Voltou a negar que vai privatizar estatais e disse "a campanha do Lula mente sem parar". "É triste, porque estamos chegando no 27º dia e até agora ninguém diz de onde veio o dinheiro, esse é o fato", afirmou Alckmin sobre o dossiê.
"É impressionante a tolerância do presidente da República com atos ilícitos. O que foi feito contra o caseiro Francenildo não foi uma grosseria, foi um crime, violação de sigilo."
Em Lisboa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso elogiou o desempenho do candidato tucano no debate. "Alckmin mostrou, pelo menos, que tem uma presença forte, que era o que alguns criticavam", disse ele à Agência Lusa.
"E como o presidente Lula está enfrentando uma onda negativa neste momento, [o resultado da eleição] tornou-se imprevisível", completou FHC.


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