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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin sugere Aécio presidente em 2010
"Cada um dá um passo. Isso é uma corrida de revezamento, um vai passando o bastão para o outro", disse presidenciável
Ao lado do candidato, o governador reeleito de MG diz que "votar em Aécio e confiar no seu projeto é dar a vitória a Geraldo Alckmin"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, sugeriu ontem em discurso em Belo
Horizonte que o governador
reeleito Aécio Neves (PSDB-MG) seja candidato a presidente em 2010. Embalado pelo ambiente, Alckmin usou a metáfora da corrida de revezamento
com bastão para dar a idéia de
que, caso seja eleito, dará vez ao
governador de Minas.
O tucano falava que o PT e o
presidente Lula já tiveram sua
oportunidade nesses quase
quatro anos e que agora é a sua
vez. "Não vamos continuar perdendo oportunidades, esperando mais quatro anos, esperando
2010. É claro que nós queremos
2010, né?", disse Alckmin, interrompido pelos aplausos das
cerca de 1.300 pessoas na casa
de shows onde ocorreu o ato.
"Cada um dá um passo. Isso é
uma corrida de revezamento,
um vai passando o bastão para
o outro", afirmou. "O PT já teve
a sua chance. Agora é time novo
para trabalhar pelo bem do
Brasil. Minas vai estar conosco
nessa caminhada cívica."
O clima do segundo turno em
Minas está centrado na popularidade de Aécio, reeleito com
77% dos votos válidos, percentual que o PSDB mineiro interpreta como resultado do desejo
dos mineiros de vê-lo presidente. Por isso o PT já começou a
explorar a boa relação de Lula
com Aécio e a dizer que a vitória de Alckmin poderá prejudicar o projeto político dele.
Em discurso, antes de Alckmin falar, Aécio tocou no assunto, sugerindo estar muito
sintonizado com o tucano paulista, que em outras ocasiões já
chamou o mineiro de "grande
irmão" e "querido irmão". "Votar em Aécio e confiar no seu
projeto político é dar a vitória a
Geraldo Alckmin", disse Aécio.
Quando Alckmin foi questionado sobre a tática petista, Aécio interveio e disse: "Amigo do
governador Aécio Neves vota
em Geraldo Alckmin porque
gosta do Brasil". E o paulista
completou: "Aqui em Minas, o
Newton Cardoso [PMDB] é Lula. E o Aécio, Itamar Franco e o
povo mineiro são Geraldo".
Alckmin rebateu declaração
de Lula pela qual o tucano é
"destruidor" do que o PT construiu. "Isso é desespero, isso é
mentira." Voltou a negar que
vai privatizar estatais e disse "a
campanha do Lula mente sem
parar". "É triste, porque estamos chegando no 27º dia e até
agora ninguém diz de onde veio
o dinheiro, esse é o fato", afirmou Alckmin sobre o dossiê.
"É impressionante a tolerância do presidente da República
com atos ilícitos. O que foi feito
contra o caseiro Francenildo
não foi uma grosseria, foi um
crime, violação de sigilo."
Em Lisboa, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
elogiou o desempenho do candidato tucano no debate. "Alckmin mostrou, pelo menos, que
tem uma presença forte, que
era o que alguns criticavam",
disse ele à Agência Lusa.
"E como o presidente Lula
está enfrentando uma onda negativa neste momento, [o resultado da eleição] tornou-se imprevisível", completou FHC.
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