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Jefferson Peres vai relatar 3º processo, que ficou quase 2 meses parado na Casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos primeiros parlamentares a cobrar publicamente a
saída de Renan Calheiros
(PMDB) da presidência do Senado, Jefferson Peres (PDT) foi
escolhido ontem para ser o relator no Conselho de Ética do
processo que acusa o peemedebista de usar "laranjas" para
comprar rádios em Alagoas.
O caso das rádios, cuja representação foi feita por PSDB e
DEM, é o segundo na fila de votações no conselho -depois do
caso Schincariol. Para a oposição, é a denúncia mais complicada para Renan e a que tem
potencial para levá-lo a enfrentar o plenário novamente.
Por esse motivo, o caso ficou
parado quase dois meses na Casa. A Mesa Diretora autorizou a
abertura do processo em 16 de
agosto. Na seqüência, chegou
às mãos do presidente do conselho, Leomar Quintanilha
(PMDB), que sucessivamente
alegou dificuldade para encontrar um relator. Ontem, porém,
Quintanilha admitiu que ainda
não havia consultado Peres.
Três fatores podem complicar Renan: 1) o depoimento do
usineiro João Lyra, seu desafeto, que foi sócio na compra das
rádios; 2) o envolvimento direto de Tito Uchôa, suposto "testa-de-ferro" de Renan; 3) a
existência de provas documentais das negociações.
Além disso, pesa contra ele a
crescente insatisfação com sua
permanência à frente do Senado, que ganhou a adesão de líderes do PT e de parte do
PMDB, até então seus aliados.
Peres disse que chegou a relutar em assumir o cargo porque sua posição pelo afastamento de Renan era aberta
desde o início da crise. Prometeu apresentar seu relatório no
prazo estabelecido pela oposição, dia 2 de novembro. Sobre o
relatório, Peres foi sucinto: "O
parecer tem de ser baseado em
provas. Se for um julgamento
político, pode ser injusto".
Apesar de agradar à oposição,
que temia pela indicação de
mais um aliado do presidente
do Senado, os renanzistas afirmaram reservadamente que a
escolha de Quintanilha foi estratégica: apontou um senador
que estaria sob a mira das
ameaças de Renan.
Em agosto, renanzistas disseram que Peres foi acusado de
gestão fraudulenta de uma empresa na década de 50 e que
empregava sua mulher no Senado. O pedetista diz que foi diretor de uma siderúrgica no
Amazonas, que faliu. A diretoria foi denunciada, afirma, por
apropriação indébita porque a
empresa não pôde recolher Imposto de Renda nem encargos
sociais dos empregados. Ele
afirma que a Justiça o absolveu.
Peres disse que deve se reunir com Romeu Tuma (PTB) e
requisitar documentos coletados pelo corregedor.
(SN)
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