São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Foco

Lavigne diz que não pôs Lula sob vaia em horário do DEM por ser "chique"

João Sal-24.mai.06/Folha Imagem
Paula Lavigne, que produziu comerciais do DEM


RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

Entre críticas de Onyx Lorenzoni, líder do DEM na Câmara, o novo programa de TV do partido mostra vaias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Maracanã, na abertura do Pan. Lula não aparece nas cenas.
Essa é uma das novidades do filme criado pela produtora de cinema Paula Lavigne, contratada para trazer "frescor" às inserções televisivas do DEM. "Somos chiques, né? Somos mais sutis, não precisa pôr [o presidente sendo vaiado], todo mundo sabe", diz Lavigne, que produziu e dirigiu quatro comerciais -o último passa hoje na TV-, e um programa de dez minutos, a ser apresentado dia 1º.
"Não sou marqueteira, não sou publicitária, sou uma simples produtora. Dei idéias diferentes. Eles queriam o frescor de roteiro de cinema, com criatividade e liberdade na computação gráfica. Não tenho o vício de marqueteiro", complementa a produtora, para em seguida admitir se tornar profissional do ramo: "Por que não? Tem gente com preconceito. Ih...vai fazer política? É só um trabalho".
As inserções mostram, por exemplo, o prefeito do Rio, Cesar Maia, ao som de tiros e música de suspense, atrás de barricada com um rapaz armado de fuzil; um prédio é implodido às costas do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que vê a calculadora voar à sua frente, enquanto paredes do escritório somem para dar lugar a uma sala de aula.
A intenção da mudança, defendida por Cesar e Rodrigo Maia, presidente do DEM, era ousar.
"Os programas e comerciais de TV já não estimulavam minimamente o eleitor. Rodrigo [Maia] teve a idéia de trazer para a comunicação politica alguém novo e que conhecesse todas as alternativas tecnológicas à disposição, para sair do marasmo. Paula e sua equipe estão revolucionando o comercial político", diz Cesar Maia. Segundo ele, medições mostram aumento de atenção aos filmes.
O DEM bate forte no governo federal. O senador José Agripino Maia (RN) diz que "Lula e Renan fizeram um pacto de cumplicidade: Lula arranja os votos para absolver Renan; Renan se compromete a arranjar os votos para aprovar a CPMF". Lorenzoni ataca a gestão da Saúde, em um corredor de hospital lotado com pacientes virtuais.
Os valores não foram informados. "Os quatro ficaram mais baratos que um comercial de pneus", diz Lavigne.


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