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OPOSIÇÃO
Para Quércia, aliança
com o PT é muito "difícil"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líder do PMDB em São Paulo, o
ex-governador paulista Orestes
Quércia defende a ida do partido
para a oposição. "O processo
mostrou que é muito difícil aliança com o PT. Eu vi isso em São
Paulo. Eles têm uma posição muito sectária", afirmou ontem após
o encontro do partido.
(JD)
Folha - É posição de independência ou de oposição?
Orestes Quércia - Na minha opinião, tem de ser oposição, mas
não uma oposição cerrada ao governo. Uma oposição que possa
aprovar as propostas interessantes. Colocamos na proposta o fechamento de questão. O PMDB
sai do governo, e aí eles vão acertar com os deputados. Não pode.
Tem de ser uma coisa bem rígida.
Folha - O sr. é a favor de que se entreguem os cargos?
Quércia - Sou a favor de que se
entreguem imediatamente os cargos. Por várias razões. Se disser
duas ou três, são poucas. Não
existe participação do partido, integração. Existem só dois cargos
de ministros para dois companheiros ilustres, que admiramos,
mas não existe ministério para o
partido, coalizão. Quando o PTB
apoiou o governo, disseram para
Lula: "Nós queremos ficar na periferia, não queremos ser centro
de governo". O PMDB não pode
apoiar governo sem ser centro.
Folha - O sr. foi um dos primeiros
a apoiar Lula na eleição de 2002.
Está decepcionado?
Quércia - O processo mostrou
que é muito difícil aliança com o
PT. Eu vi isso em São Paulo. Eles
têm uma posição muito sectária.
Folha - Há a impressão de que a
discussão é por cargos e emendas.
Quércia - O culpado é o PMDB,
que historicamente não tem agido muito bem. A imprensa tem
certa razão de ter dúvidas. Vai depender da nossa postura e o que
vamos fazer daqui para frente para fortalecer partido.
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