São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2004

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PF indicia prefeito de Macapá por desvios

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ

A Polícia Federal indiciou ontem o prefeito reeleito de Macapá, João Henrique Pimentel (PT), sob a acusação de fraude em licitação e desvio de verbas públicas. Até o fechamento desta edição, ele continuava prestando depoimento à PF, que havia se iniciado às 11h30.
O prefeito é citado no inquérito que investiga sua suposta participação em uma quadrilha acusada de desviar parte de R$ 103 milhões em recursos federais. Ele foi preso anteontem, durante a Operação Pororoca, deflagrada pela PF na semana passada e que cumpriu 29 de 30 mandados de prisão.
Segundo o superintendente da PF, delegado Aldair da Rocha, João Henrique estava contribuindo com as investigações. Mas até o início da noite de ontem não havia informação sobre a libertação por meio de habeas corpus: "A PF está indiciando o prefeito porque tem provas suficientes", disse.
Conforme as investigações, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça relacionam Pimentel com o empresário Luiz Eduardo Pinheiro Corrêa. Segundo a PF, Corrêa tinha um esquema para vencer licitações em pelo menos 53 cidades. Tinha contato com parlamentares. Pagava propina e conseguia que funcionários públicos alterassem o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais) para regularizar temporariamente a situação de prefeituras devedoras à União.
Na sede da PF, Pimentel divide a cela com o prefeito do município de Santana, Rosemiro Rocha (PL), também preso anteontem pelas mesmas acusações. Ontem, cerca de cem militantes do PT aguardavam em vigília, na frente da sede da PF em Macapá, pela soltura do prefeito. Num manifesto, os militantes diz que ele se apresentou espontaneamente à polícia, razão pela qual não se justificava a prisão temporária.
Segundo Carlos Pimentel, irmão do prefeito, no pedido de habeas corpus que está no TRF da 1ª Região, em Brasília, consta declaração da PF de que o prefeito se apresentou por vontade própria. "A Polícia Federal diz que ele está colaborando e se entregou espontaneamente, portanto, não vemos motivos para mantê-lo preso. Deve ser respeitado o direito dele de defesa", disse Carlos Pimentel, secretário de Saúde de Macapá.


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