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PF indicia prefeito de
Macapá por desvios
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ
A Polícia Federal indiciou ontem o prefeito reeleito de Macapá,
João Henrique Pimentel (PT), sob
a acusação de fraude em licitação
e desvio de verbas públicas. Até o
fechamento desta edição, ele continuava prestando depoimento à
PF, que havia se iniciado às 11h30.
O prefeito é citado no inquérito
que investiga sua suposta participação em uma quadrilha acusada
de desviar parte de R$ 103 milhões
em recursos federais. Ele foi preso
anteontem, durante a Operação
Pororoca, deflagrada pela PF na
semana passada e que cumpriu 29
de 30 mandados de prisão.
Segundo o superintendente da
PF, delegado Aldair da Rocha,
João Henrique estava contribuindo com as investigações. Mas até
o início da noite de ontem não havia informação sobre a libertação
por meio de habeas corpus: "A PF
está indiciando o prefeito porque
tem provas suficientes", disse.
Conforme as investigações, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça relacionam Pimentel com o empresário Luiz
Eduardo Pinheiro Corrêa. Segundo a PF, Corrêa tinha um esquema para vencer licitações em pelo
menos 53 cidades. Tinha contato
com parlamentares. Pagava propina e conseguia que funcionários
públicos alterassem o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais) para regularizar temporariamente a situação de prefeituras devedoras à União.
Na sede da PF, Pimentel divide a
cela com o prefeito do município
de Santana, Rosemiro Rocha
(PL), também preso anteontem
pelas mesmas acusações. Ontem,
cerca de cem militantes do PT
aguardavam em vigília, na frente
da sede da PF em Macapá, pela
soltura do prefeito. Num manifesto, os militantes diz que ele se
apresentou espontaneamente à
polícia, razão pela qual não se justificava a prisão temporária.
Segundo Carlos Pimentel, irmão do prefeito, no pedido de habeas corpus que está no TRF da 1ª
Região, em Brasília, consta declaração da PF de que o prefeito se
apresentou por vontade própria.
"A Polícia Federal diz que ele está
colaborando e se entregou espontaneamente, portanto, não vemos
motivos para mantê-lo preso. Deve ser respeitado o direito dele de
defesa", disse Carlos Pimentel, secretário de Saúde de Macapá.
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