São Paulo, sexta-feira, 11 de novembro de 2005

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Renan afirma que Palocci precisa ir ao Congresso para se explicar

VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu ontem que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, compareça "o mais rapidamente possível" ao Congresso para dar explicações sobre as denúncias de irregularidades em sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) e sobre sua participação na arrecadação de recursos na campanha de 2002.
"O ministro Palocci precisa vir ao Congresso o mais rapidamente possível. Não pode haver dúvida sobre o ministro da Fazenda", disse Renan, mesmo após o próprio Palocci ter se disposto a atender a um convite da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Foi o próprio Renan que, em entrevista, puxou o assunto da necessidade de esclarecimentos de Palocci. Depois, no plenário do Senado, repetiu a cobrança. Ele ofereceu o plenário do Senado para que a audiência, marcada para o dia 22, tenha mais "visibilidade para a sociedade". Questionado por jornalistas sobre quais fatos precisariam ser explicados por Palocci, Renan se esquivou: "Aí, as perguntas é que vão dizer".
A oposição avalia que a ida do titular da Fazenda ao Congresso não encerra a discussão sobre sua possível convocação pela CPI dos Bingos. Já existe um requerimento na CPI, de autoria do senador Geraldo Mesquita (sem partido-AC), para que o ministro deponha. "A vinda ou não do ministro à CPI dependerá de suas explicações. Se não der respostas contundentes, terá de comparecer depois na comissão", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino.
Ontem na CPI, senadores governistas chegaram a defender o comparecimento de Palocci. Diante da cobrança feita em plenário por Renan, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), saiu em defesa do ministro. Disse que o próprio Palocci procurara o presidente da CAE, Luiz Otávio, para se dispor a comparecer ao Senado: "O ministro Palocci mais uma vez se comporta com espírito público, como é condizente com sua biografia".
Renan também criticou a tramitação de medidas provisórias e a lentidão da Câmara, o que, segundo ele, prejudica os trabalhos do Senado. Renan considera "um absurdo que o Senado tenha sempre de apreciar às pressas as MPs só porque a Câmara não consegue fazê-lo em tempo hábil".

Palocci
Além do depoimento no Senado, o ministro Palocci terá de dar explicações à Câmara, possivelmente já na semana que vem. Em tese, falará sobre educação, mas será inquirido pelos deputados sobre as denúncias de corrupção que envolvem seu nome.
Palocci foi convocado ontem, em decisão unânime, pela comissão especial que analisa a emenda que cria o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Se não comparecer, pode ser processado por crime de responsabilidade. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) também foi convocado. As datas dos depoimentos não foram marcadas. O presidente da comissão, Severiano Alves (PDT-BA), vai procurar os ministros para fechar uma data.


Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal de Brasília

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