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Renan afirma que Palocci precisa ir ao Congresso para se explicar
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), defendeu
ontem que o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci, compareça "o
mais rapidamente possível" ao
Congresso para dar explicações
sobre as denúncias de irregularidades em sua gestão na Prefeitura
de Ribeirão Preto (SP) e sobre sua
participação na arrecadação de
recursos na campanha de 2002.
"O ministro Palocci precisa vir
ao Congresso o mais rapidamente
possível. Não pode haver dúvida
sobre o ministro da Fazenda",
disse Renan, mesmo após o próprio Palocci ter se disposto a atender a um convite da Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE).
Foi o próprio Renan que, em
entrevista, puxou o assunto da necessidade de esclarecimentos de
Palocci. Depois, no plenário do
Senado, repetiu a cobrança. Ele
ofereceu o plenário do Senado para que a audiência, marcada para
o dia 22, tenha mais "visibilidade
para a sociedade". Questionado
por jornalistas sobre quais fatos
precisariam ser explicados por
Palocci, Renan se esquivou: "Aí,
as perguntas é que vão dizer".
A oposição avalia que a ida do
titular da Fazenda ao Congresso
não encerra a discussão sobre sua
possível convocação pela CPI dos
Bingos. Já existe um requerimento na CPI, de autoria do senador
Geraldo Mesquita (sem partido-AC), para que o ministro deponha. "A vinda ou não do ministro
à CPI dependerá de suas explicações. Se não der respostas contundentes, terá de comparecer depois
na comissão", disse o líder do PFL
no Senado, José Agripino.
Ontem na CPI, senadores governistas chegaram a defender o
comparecimento de Palocci.
Diante da cobrança feita em plenário por Renan, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), saiu em defesa do ministro. Disse que o próprio Palocci procurara o presidente da CAE,
Luiz Otávio, para se dispor a comparecer ao Senado: "O ministro
Palocci mais uma vez se comporta
com espírito público, como é condizente com sua biografia".
Renan também criticou a tramitação de medidas provisórias e a
lentidão da Câmara, o que, segundo ele, prejudica os trabalhos do
Senado. Renan considera "um absurdo que o Senado tenha sempre
de apreciar às pressas as MPs só
porque a Câmara não consegue
fazê-lo em tempo hábil".
Palocci
Além do depoimento no Senado, o ministro Palocci terá de dar
explicações à Câmara, possivelmente já na semana que vem. Em
tese, falará sobre educação, mas
será inquirido pelos deputados
sobre as denúncias de corrupção
que envolvem seu nome.
Palocci foi convocado ontem,
em decisão unânime, pela comissão especial que analisa a emenda
que cria o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Se
não comparecer, pode ser processado por crime de responsabilidade. O ministro Paulo Bernardo
(Planejamento) também foi convocado. As datas dos depoimentos não foram marcadas. O presidente da comissão, Severiano Alves (PDT-BA), vai procurar os
ministros para fechar uma data.
Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal de Brasília
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