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OPERAÇÃO SENTINELA
Empresários teriam manipulado duas licitações, que totalizam R$ 11,9 milhões; 5 empresas são investigadas
Justiça solta últimos acusados do caso TCU
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça soltou os empresários
Robério Bandeira de Negreiros e
Robério Bandeira de Negreiros
Filho, da empresa Brasfort, presos
sob a acusação de praticar fraudes
em licitações do TCU (Tribunal
de Contas da União) com a participação de seus próprios concorrentes e de servidores do órgão.
Negreiros pai e filho foram os
últimos a ganhar a liberdade entre
os seis empresários e quatro servidores do TCU presos pela Polícia
Federal na Operação Sentinela,
realizada no dia 2 deste mês.
Procurado pela reportagem às
18h de ontem, em seu escritório e
no telefone celular, o advogado de
Negreiros e Negreiros Filho não
atendeu às ligações.
Na Operação Sentinela, a PF investiga a suposta manipulação de
duas licitações do TCU em 2004
que totalizam R$ 11,9 milhões. Em
ambas, a Brasfort foi beneficiada
total ou parcialmente.
A Brasfort é uma das cinco empresas no setor de segurança e
contratação de mão-de-obra terceirizada sob investigação da PF.
O conjunto inclui a Confederal,
que pertence ao ministro Eunício
Oliveira (Comunicações) e à sua
mulher, Mônica. O ministro declara-se afastado da empresa.
De acordo com escutas telefônicas feitas pela PF com autorização
judicial, o sucesso da Brasfort teria sido garantido pela colaboração de servidores do TCU.
O principal articulador dos interesses da empresa dentro do tribunal, conforme apontado em
despacho judicial que levou à prisão de empresários e servidores, é
o secretário-geral de Administração do órgão, Antonio José Ferreira da Trindade.
Segundo o despacho judicial,
que compila dados de relatórios
de investigação da PF, Trindade
teria defendido também os interesses da Brasfort ao propor ao
TCU a possibilidade de modificar
parte dos critérios observados na
reformulação dos valores de contratos firmados pela administração pública. A decisão proferida
pelo órgão, no entanto, atendeu
somente em parte à suposta demanda da Brasfort.
Pelo que consta das escutas da
PF, o diretor comercial da Confederal, Ênio Brião Bragança, que
foi preso e também já está solto,
teria acertado com a Brasfort procedimentos para que, elevando o
preço de sua proposta, ficasse de
fora de uma disputa realizada em
setembro. A manipulação garantiu à Brasoft um contrato de
R$ 5,5 milhões.
Deixaram a custódia da PF em
Brasília nesta semana o executivo
Ênio Bragança e os empresários
Marcelo Borges, Carlos Antonio
Almeida e Miguel Novais da Silva.
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