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JANIO DE FREITAS
O endereço
Data imprecisada, ou imprecisável, e não recente.
Fernando Henrique Cardoso,
no uso de toda a simpatia possível, discorre para os comensais
suas apreciações sobre fatos diversos e pessoas várias. De repente, intervém a mulher de um
brasileiro renomado, há muito
tempo é figura internacional de
justo prestígio, ministro mais de
uma vez, com importantes livros e ensaios. Moradores íntimos de Paris por longos períodos, mas não só por vontade
própria, consta que nela nada
restringe a franqueza. Se alguém na conversa desconhecia
a peculiaridade, ali testemunhou um motivo para não esquecê-la:
- Pois é, mas nós sabemos do
apartamento que Sérgio Motta
e você compraram na Avenue
Foch.
Congelamento total dos convivas. Fernando Henrique é
quem o quebra, afinal. Apenas
para se levantar e afastar-se.
Cara fechada, lívido, nenhuma
resposta verbal.
A bela Avenue Foch, seus
imensos apartamentos entre os
preços mais altos do mundo, luxo predileto dos embaixadores
de países subdesenvolvidos, refúgio certo dos Idi Amim Dada,
dos Bokassa, dos Farouk e, ainda, de velhos aristocratas europeus.
Avenue Foch, onde a família
Fernando Henrique Cardoso
está instalada. No apartamento
emprestado, é a informação
posta no noticiário, pelo amigo
que passou a figurar na sociedade da fazenda também comprada por Sérgio Motta e Fernando Henrique Cardoso, em
Buritis.
Avenue Foch, é ela que traz de
volta comentários sobre a historieta, indagações de sua autenticidade ou não, curiosidade em
torno do que digam outros possíveis comensais.
Caso sério
Desde que Anthony Garotinho deixou o governo fluminense para se candidatar à Presidência, o seu grupo e o da sucessora, Benedita da Silva, brigam sem cessar. Na confusão
dos números contraditórios
-briga e números agravados
agora pela nova governadora,
Rosinha Garotinho- nenhuma das partes é convincente.
Enrolaram-se em propósitos e
defeitos semelhantes, quando
não iguais.
E enrolados estão no desvio e
extorsão praticados no setor de
arrecadação financeira do Garotinho, já constatadas remessas de pelo menos US$ 33,4 milhões para a Suíça. Benedita da
Silva fechou a Inspetoria de
Contribuintes de Grande Porte,
onde os ladrões operavam
-mas por que o fechou? Se foi
pela descoberta a ação criminosa, por que não levou prontamente o caso a investigações legais, preferindo proteger o crime com o silêncio e os autores
com a tranquila impunidade? E
por que dispensou multa de
mais de R$ 600 milhões aplicada a uma fábrica de Coca-Cola?
Anthony Garotinho e Rosinha
protestaram contra a extinção
da inspetoria e a nova governadora tratou de incorporar ao
seu governo, outra vez em lugar
de destaque, um dos operadores, talvez o principal, dos desvios e extorsões. Por que o protesto, se nada tinham mais com
o governo? Por que a restauração do esquema?
Esse é um caso cuja gravidade
não pode ficar sob investigação
estadual. A polícia fluminense
está sob as ordens de Rosinha e
a influência de Garotinho, partes do caso e inimigos, não só
adversários políticos, da outra
parte.
Diante das suspeitas que atingem os dois grupos evangélicos
da política fluminense, seria absurdo deixar que todos apenas
lavassem as mãos.
Enfim, um
Na mídia brasileira dão-se
coisas únicas. José Eduardo Dutra continua sob ataques a pretexto de ser apenas um político
posto na presidência da Petrobras, e não um conhecedor dos
assuntos do petróleo.
O penúltimo presidente da
Petrobras, Henri-Philipe
Reichstul, assumiu o cargo dizendo que ia aprender sobre petróleo, assunto alheio à sua especialidade administrativa. Seu
sucessor, Francisco Gros, é do
"mercado" financeiro, da velha
ciranda de bolsas, ganhos com
juros e dólares.
O ex e admirável senador José
Eduardo Dutra chegou à política pela porta sindical. Como
funcionário da Petrobras. Funcionário qualificado: é geólogo.
Não quer esbanjar altas quantias na troca do nome da empresa para Petrobrax, nem leva
planos de altas compras de empresas argentinas. Mas é o primeiro a chegar à presidência da
Petrobras com as condições funcionais e técnicas apropriadas.
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