|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Manifestantes invadem usina em Rondônia
Com apoio de sem-terra, protestos atingem seis Estados e interrompem obras no Maranhão e no Ceará
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
O MAB (Movimento dos
Atingidos por Barragens) invadiu ontem uma usina termelétrica em Rondônia e promoveu
ações em mais seis Estados.
Os protestos -que interromperam as obras de uma usina
hidrelétrica, no Maranhão, e de
um projeto hídrico, no Ceará-
antecipam o dia internacional
de luta contra as barragens, comemorado em 14 de março.
Integrantes da Via Campesina e do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem
Terra), que desde o último dia 4
realizam protestos pelo Dia Internacional da Mulher (8 de
março), deram apoio às ações
contrárias ao atual modelo
energético brasileiro e à construção de barragens.
Segundo o MAB, as ações devem continuar até sexta-feira.
Em Rondônia, cerca de 700
pessoas, conforme o MAB, invadiram a unidade termelétrica
Rio Madeira, em Porto Velho.
A Eletronorte, estatal que administra a usina, estima que
eram 500 manifestantes.
O MAB reivindica o assentamento de 650 famílias que foram desabrigadas com a construção da Usina Hidrelétrica de
Samuel, na década de 80, também em Porto Velho.
A Eletronorte disse que "já
cumpriu com todas as obrigações com a construção da barragem". Até o fim da tarde de
ontem, os manifestantes permaneciam na usina, que não estava gerando energia -ela só é
ativada em casos de estiagem.
No Maranhão, cerca de 300
manifestantes acamparam ontem na entrada do canteiro de
obras da usina hidrelétrica de
Estreito, localizada no município de mesmo nome.
O Consórcio Estreito Energia, responsável pela construção da usina, disse que a obra
está paralisada e que os 1.500
trabalhadores foram retirados.
Os manifestantes pedem melhorias nas indenizações dos
atingidos pela barragem.
No Ceará, cerca de 700 pessoas interromperam os trabalhos de um canteiro de obras do
Canal de Irrigação, em Morada
Nova. Para o MAB, o projeto hídrico para o abastecimento da
região metropolitana de Fortaleza beneficia indústrias siderúrgicas. O governo estadual
disse que a obra é "de extrema
necessidade e é prioritariamente para o consumo da população da região da capital".
Manifestantes também protestaram em frente à hidrelétrica de Machadinho (RS) e na
portaria da hidrelétrica de Salto Santiago (PR). Também
houve ações em Erechim (RS) e
João Pessoa (PB).
Texto Anterior: Amazônia perde área igual a 40% de SP só em janeiro Próximo Texto: Saiba mais: Movimento foi criado em 1989 e está organizado em 14 estados Índice
|