São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

2010 e o câmbio

Lula, o ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central, mais Aloizio Mercadante, Luiz Gonzaga Belluzzo e Delfim Netto fizeram "interessante e complexo debate" na quinta-feira, no palácio, relatou Claudia Safatle no "Valor" de sexta. A conversa focou a balança e o real valorizado. Também "o risco de, se nada for feito, o presidente chegar a 2010, ano de campanha, com o Brasil [de novo com] vulnerabilidade externa".
Ontem, manchete no mesmo "Valor", "Governo prepara medidas para deter alta do real". Entre elas, "acabar com a cobertura cambial sobre as exportações" e "retirar o incentivo a investidores estrangeiros para aplicar em títulos da dívida interna". Ao longo do dia, manchete on-line por todo lado, o "pacote" de intervenção era previsto para hoje, nas apostas.

POR ENQUANTO
Mas o noticiado "pacote cambial", disse Guido Mantega aos telejornais etc., "é, por enquanto, especulação". A expressão "por enquanto" ganhou título na Reuters Brasil.
As medidas dependeriam tão-somente da aprovação do Conselho Monetário Nacional, que realiza reunião hoje.

LIBERALIZAÇÃO
Ontem mesmo já ecoava, em despacho da agência Dow Jones no site do "Wall Street Journal" e outros financeiros, que o "Brasil estuda uma liberalização de regras de câmbio que permitiria aos exportadores manter mais de seus dólares fora do país". Foi tudo o que adiantou Guido Mantega.

O ELDORADO
A Reuters despachou desde Houston, no Texas, que o campo de "Tupi é visto como um tesouro pelas empresas de serviço de petróleo" -como as americanas Halliburton e Transocean, "que têm a especialidade necessária para explorar a reserva extremamente complexa". Um analista texano avaliou entre US$ 100 bilhões e US$ 200 bilhões o investimento a ser feito -e pago- para desenvolver Tupi.
No "WSJ", por outro lado, o colunista de investimentos Brett Arends sugeriu "Uma maneira de jogar no petróleo" a mais de US$ 100: a Petrobras. "A razão: o vasto campo de Tupi que a empresa está explorando na costa do país."

US$ 110 E ALÉM
Na home do "Financial Times", ontem, "Petróleo perto de romper US$ 110". O motivo, diz o jornal financeiro, foram "sinais de que a demanda na China prossegue robusta".

EXXON FICA
E a Exxon anunciou pelas agências, desde Buenos Aires, depois de meses de especulação sobre ofertas até da Petrobras, que não vende os seus investimentos na Argentina.

"CLINTON LINK"
Duas semanas atrás, o "New York Times" deu que os "Esforços de Hillary em etanol se sobrepõem a interesses de seu marido" -a saber, projetos seus beneficiaram a Yucaipa, que tem Bill Clinton de consultor e que investe na Brenco, de Henri Philippe Reichstul, ex-Petrobras.
E ontem um longo despacho da AP, desde São Paulo, noticiou a denúncia de trabalho "degradante" na Brenco. No título, "Ligação de Clinton com investigação de etanol no Brasil". Era o destaque na busca de notícias via Google e Yahoo News, mais reprodução pelos sites de "NYT", "Washington Post", até Huffington Post, o site democrata.

ENTRE A GUERRA E A PAZ
Peter Yang/esquire.com


Sob o título "O homem entre a guerra e a paz", a nova edição da "Esquire" perfilou longamente o almirante William Fallon (dir.), chefe do Comando Central dos EUA, apontando sua resistência ao confronto com o Irã. Dizia que, se ele viesse a cair, "poderia significar que o presidente pretende agir contra o Irã até o fim do ano".
E ontem, citando a "Esquire" como motivo, Fallon deixou o posto. "Aposentou-se cedo", no dizer do "NYT", em notícia que tomou o lugar até do escândalo sexual em Nova York em parte da cobertura. Do site Talking Points Memo ao da "Foreign Policy", espalhou-se a sombra de uma nova guerra, antes da eleição.


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@ - Nelson de Sá



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