São Paulo, domingo, 12 de abril de 1998

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SAÚDE MINISTERIAL
Quadro do ministro dificulta transplante
Estado de Motta é 'agudo', diz boletim

da Reportagem Local

O ministro Sérgio Motta apresentou uma "agudização" de seu quadro de infecção pulmonar, o que levou à necessidade de "altas frações inspiradas de oxigênio".
Motta permanece desde anteontem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi internado na última terça-feira.
O boletim médico com as primeiras informações de ontem sobre o estado de saúde do ministro foi divulgado às 12h40.
Segundo o informe, assinado por quatro médicos da equipe que acompanha o paciente, Motta permanece sedado e sob ventilação artificial mecânica.
"O ministro está recebendo tratamento antiinfeccioso e antiinflamatório para controle da agudização de seu quadro de doença intersticial pulmonar", diz o texto.
Segundo o texto, os parâmetros respiratórios e cardiovasculares de Motta permaneciam estáveis.
Desde anteontem, quando o ministro foi para a UTI, os médicos não dão informações pessoalmente à imprensa, a pedido da família. As únicas informações são transmitidas por meio de boletins.
O tom do boletim contrastou com as informações da manhã. O ministro Paulo Renato Souza (Educação) esteve no hospital por volta das 10h, e permaneceu uma hora com a família de Motta.
Na saída, Paulo Renato disse que o quadro do ministro era "estável" e que a família estava tranquila.
"Estamos muito otimistas com a perspectiva de recuperação do ministro Sérgio Motta", disse.
Segundo Paulo Renato, assessores e familiares de Motta disseram que a transferência do ministro para a UTI foi feita para garantir maior isolamento e tranquilidade para dormir.
Transplante
Paulo Renato também descartou a possibilidade de Motta ser submetido a um transplante pulmonar. O jornal gaúcho "Zero Hora" divulgou notícia ontem segundo a qual Motta poderia ser transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) para realizar o transplante.
A possibilidade também foi negada ontem pela manhã pela filha do ministro, Juliana Motta. Ela disse que a família não está pensando em transplante, e que o quadro de seu pai era estável.
Ontem o pneumologista norte-americano Marvin Schwrz, que cuidou do ministro em Denver (EUA), admitiu que o caso de Motta pede a realização de um transplante.
Mas, segundo ele, dado o quadro descrito pela imprensa, "talvez" não haja condição de realizá-lo pelas condições de saúde do ministro.
A possibilidade de Motta submeter-se a um transplante foi cogitada pela primeira vez durante a internação do ministro em Denver, há um mês.
Na ocasião, a possibilidade foi negada pelo próprio Motta e pelo médico que o acompanhou aos Estados Unidos, Bernardino Tranchesi.


Colaborou Alessandra Blanco, de Nova York



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