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Deputados pré-candidatos faltam 47% mais a sessões
Aspirantes a prefeituras se ausentaram mais no início deste ano do que em 2007
Os 3 deputados candidatos mais ausentes confirmaram que estão envolvidos com a campanha, mas atribuem as faltas a questões de saúde
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os pré-candidatos às eleições
municipais estão cada vez mais
ausentes das sessões deliberativas no Congresso. Os 52 aspirantes a prefeitos de capitais tiveram 300 faltas nos primeiros
quatro meses deste ano, contra
204 no mesmo período de
2007, um aumento de 47%. Dos
52 deputados federais que se
preparam para a campanha, 32
faltaram mais a sessões deliberativas na Câmara neste ano do
que até 30 de abril de 2007.
Nos primeiros quatro meses
deste ano, a Câmara registrou
35 dias de trabalhos em plenário. No mesmo período de
2007, foram 38 dias de sessões
deliberativas. A média de faltas
por candidato parlamentar pulou de 5,3 para 8,9, nos dias em
que há votação e discussão no
plenário. Nas segundas e sextas-feiras, há sessão apenas para pronunciamentos de deputados, e as faltas são toleradas.
Apesar de confirmarem o envolvimento com a campanha
eleitoral, os três deputados
candidatos que mais faltaram
ao trabalho na Câmara neste
ano -Rebecca Garcia (PP-AM), Maria do Rosário (PT-RS)
e Fernando Gabeira (PV-RJ)-
justificam a ausência dizendo
que enfrentaram problemas de
saúde no início deste ano.
O único que admite ter faltado também para tratar da eleição é Gabeira, candidato a prefeito do Rio de Janeiro. "Fiquei
uma semana doente e faltei durante a fase de articulação política. Mas estou tentando, ao
máximo, equilibrar as duas tarefas", disse ele, que faltou três
vezes mais em 2008 que no
mesmo período de 2007.
Até abril, Gabeira ficou 12
dias longe das votações no Congresso. No ano passado, foram
só quatro dias. Depois que o PV,
o PPS e o PSDB se uniram para
tentar elegê-lo, o deputado diz
aproveitar as segundas e as sextas-feiras, dias em que não há
sessões deliberativas, para percorrer universidades e fazer
reuniões em casas de aliados.
Rebecca, que disputa no próximo mês as prévias do PP para
concorrer à prefeitura de Manaus, faltou 14 dos 35 dias. No
ano passado, ela se ausentou só
cinco vezes. "Estou me tratando de um problema renal. Preciso estar com saúde para a
campanha", disse.
A deputada Maria do Rosário, candidata do PT em Porto
Alegre, também faltou mais
neste ano que em 2007. Ela
perdeu 13 dias de trabalhos na
Câmara até abril e cinco no
mesmo período de 2007. "Tive
problemas de saúde que me tiraram de campo", argumentou.
Envolvido na campanha municipal em Belo Horizonte, o
deputado Antônio Roberto
(PV-MG) não é o recordista em
números de faltas. Mas os trabalhos como deputado, consultor comportamental e articulador do PV em Minas lhe fizeram faltar dez dias.
Em 2007, ele esteve em todas
as sessões deliberativas de fevereiro, março e abril. "Faltei
mais porque cumpri compromissos fora do Congresso. Representei a Câmara em Barcelona, participei de palestras e
tive problemas de saúde", afirmou, dizendo que tem se dedicado a promover a aproximação do DEM com o PV na capital mineira por telefone.
Único deputado candidato
sem faltas nas sessões deliberativas deste ano, Pedro Fernandes (PTB-MA), presidente do
partido no Estado e candidato a
prefeito de São Luís, também
disse que vem usando o telefone celular como a principal ferramenta de trabalho na campanha. "A campanha só começa
mesmo em agosto. Até lá, vou
me virando, afinal, fui eleito para ser deputado, não candidato", disse, lembrando que, se a
justificativa da falta não for
aceita pela Mesa da Câmara, o
parlamentar paga com descontos no próprio salário.
Os parlamentares não têm
prazo para justificar as ausências no plenário. O decreto legislativo 07/95 estabelece que
o desconto por falta sem justificativa equivale à divisão do
"subsídio adicional" do deputado pelo número de sessões deliberativas do mês. O "subsídio
adicional" hoje vale R$
10.320,06. Além desse valor, o
deputado recebe mais R$
6.192,03, totalizando um salário mensal de R$ 16.512,09.
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