São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2000


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Campanha de senador será na TV


SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

A posição entre os pefelistas é unânime: a campanha do senador Romeu Tuma, candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, deve se concentrar exclusivamente no horário eleitoral gratuito. Sem carreatas nem comícios.
"Tuma fará muita TV, com aparições eventuais em núcleos escolhidos da periferia", resume Cláudio Lembo, presidente do PFL no Estado de São Paulo.
O principal motivo para isso é o tempo que o partido terá na TV: um terço do horário eleitoral gratuito, o que significa programas de cerca de dez minutos à tarde e à noite, deixando apenas 20 minutos para todos os demais partidos.
Não é só. Aos 68 anos, o senador Romeu Tuma tem quatro pontes de safena feitas há dois anos e só foi liberado para campanha pelos médicos que consultou com a condição de que continuasse "respeitando as recomendações".
O terceiro motivo o próprio Tuma tem na ponta da língua. "Fizeram um cálculo para mim segundo o qual, se eu correr sem parar, não terei a chance de conversar nem com 300 mil pessoas."
Ele continua, afirmando que, por menor que seja a audiência do horário eleitoral gratuito, são sempre milhões de pessoas diante da TV. "E um vai contar para o outro, fazendo a cadeia. A crítica ou o elogio fazem a corrente."
A partir dessas considerações, o PFL decidiu que, na rua, o senador fará apenas reuniões com representantes de moradores e com associações de bairro, além de pequenas caminhadas -tudo cuidadosamente gravado para o horário eleitoral gratuito.
"Vou conversar com um, dois, dez populares, discutir os problemas e soluções e levar para o programa as idéias que ouvi na rua."
A estratégia de comunicação da campanha ficará sob o comando do jornalista Ricardo Carvalho, 51, ex-diretor do "Globo Repórter" (Rede Globo) e idealizador da campanha de Luiza Erundina (então no PT) à prefeitura em 96. Os valores do trabalho -que envolverá 80 pessoas- serão fechados esta semana.
Carvalho estreou em eleições em 85, como redator da campanha do então candidato à Prefeitura de São Paulo Fernando Henrique Cardoso. Jornalista de formação, ele rejeita o rótulo de "marketeiro" -concepção que deve levar aos programas do PFL.
"O publicitário cria fantasia. O jornalista cria sonho. E sonho tem de ser exequível", diferencia.
O slogan inicial da campanha é "Romeu Tuma, um homem de bem". Os programas já têm um piloto: o vídeo partidário de 20 minutos que foi ao ar em maio.
"A era Duda Mendonça acabou. Hoje, inovar é fugir disso, porque os enlatados estão desgastados", afirma, referindo-se à campanha feita pelo publicitário baiano para o então candidato Celso Pitta.


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